Economia

Chuvas atrasam colheita de soja em Mato Grosso

Produtores colheram até quinta-feira 5,8% da área recorde de 8,3 milhões de hectares, contra 4,2% no mesmo dia da semana anterior


	Caminhão estaciona para ser carregado com soja em uma fazenda na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Caminhão estaciona para ser carregado com soja em uma fazenda na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 15h35.

São Paulo - A colheita de soja 2013/14 em Mato Grosso, o maior Estado produtor brasileiro da commodity, avançou menos nesta semana do que no período anterior, ficando atrasada na comparação com a mesma época do ano passado em meio a chuvas intensas que dificultam os trabalhos em algumas regiões do Estado.

Os produtores colheram até quinta-feira 5,8 por cento da área recorde de 8,3 milhões de hectares, contra 4,2 por cento no mesmo dia da semana anterior, de acordo com o terceiro levantamento de colheita divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Na mesma semana do ano passado, os produtores tinham colhido 7,1 por cento da área.

"Teve muita chuva... o último dia de colheita foi sábado. No domingo, alguém conseguiu colher alguma coisa, mas foi pouco", afirmou o presidente da Aprosoja MT, Carlos Fávaro, para quem a colheita poderia ter avançado para até 10 por cento da área não fossem as chuvas.

Considerando a produtividade média prevista pelo Imea, o dado de colheita indica que o Mato Grosso pode ter colhido até esta semana aproximadamente 1,5 milhão de toneladas, ante 1 milhão de toneladas até a semana anterior.

A safra do Estado é estimada em um recorde de 25,7 milhões de toneladas, segundo o Imea, representando pouco menos de 30 por cento da safra nacional, estimada em aproximadamente 90 milhões de toneladas, o que seria a maior colheita da história do país.

Segundo Fávaro, a colheita poderia ter avançado para entre 8 e 10 por cento da área. "Certamente teria avançado mais, tem soja pronta (para ser colhida)." O presidente da associação dos produtores afirmou que as chuvas ainda não causaram danos para os grãos prontos para serem colhidos.

"Mas é um momento preocupante, precisamos de dois dias de sol para voltar à normalidade", disse ele, acrescentando que a soja estaria sujeita a avarias no caso de o período chuvoso ficar mais prolongado.

A Somar Meteorologia estima chuvas para Mato Grosso até segunda-feira.

Em termos comerciais o atraso na colheita ainda não é prejudicial, afirmou Fávaro.

"Ainda não dificulta, porque os contratos (para entrega da soja) normalmente são para final de mês, para 30 a 31 de janeiro", explicou.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaChuvasCommoditiesSojaTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto