Economia

Choque de oferta foi responsável por alta da inflação, diz Mantega

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (9), durante visita à 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon Batimat 2010), na capital paulista, que a inflação deve ser uma preocupação permanente do governo e que o objetivo principal é mantê-la sob controle, já que, no passado, o país teve índices […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (9), durante visita à 18ª Feira Internacional da Indústria da Construção (Feicon Batimat 2010), na capital paulista, que a inflação deve ser uma preocupação permanente do governo e que o objetivo principal é mantê-la sob controle, já que, no passado, o país teve índices inflacionários muito altos.

Mantega se referiu ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou alta de 2,06% no primeiro trimestre e de 0,52% em março. O ministro atribuiu a inflação registrada no primeiro trimestre a um choque de oferta. "Ou seja, as chuvas intensas acabaram elevando o preço dos alimentos, mas isso é passageiro, sazonal e já está passando. Podemos ver que o IPCA de março é melhor do que o de janeiro e fevereiro. A trajetória será descendente nos próximos meses", previu.

Ele enfatizou que a economia está aquecida, o que reflete uma elevação de preços na comparação com o ano passado, quando se registrou baixo nível de atividade e muito setores reduzindo seus preços. Por isso, na avaliação de Mantega, deve haver uma recuperação desses preços neste ano. "O fundamental é dizer que a inflação não é de demanda, é uma inflação por choque de oferta". Ele destacou o tomate como o item com preço mais inflacionado e previu que o preço cairá. "Mas, de qualquer maneira, estaremos atentos para não deixar que outros preços possam se elevar".

Mantega disse que ainda não é possível falar em prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de materiais de construção, em vigor desde abril de 2009. "Por enquanto, [a redução] ela está vigorando, então é bom que todos aproveitem os preços mais baixos. Agora, o futuro nós vamos pensar, mas, no momento, a intenção é que termine no dia 31 de junho deste ano".

Ele enfatizou que os resultados foram excelentes conforme mostram os indicadores econômicos da produção e também quando se leva em conta a expansão da construção civil. "Nós estamos com um boom de construção e, há muito tempo, isso não acontecia no Brasil. Esse setor ficou estagnado durante muitos anos e, agora, as perspectivas são excelentes.” Mantega disse que, agora, é preciso investir em qualificação de mão de obra para o setor.

Para o ministro, o alto nível de utilização da capacidade instalada, em alguns setores da indústria, não é uma preocupação, porque, no ano passado, havia muita capacidade ociosa. Ele acredita que a demanda externa, em ritmo fraco atualmente, deverá se recuperar em 2011 e o país poderá atendê-la. "O importante é que as empresas estão fazendo investimentos também em função da perspectiva de uma demanda maior no futuro e de uma possível retomada das exportações. O nível de investimento esse ano será de crescimento de 18%".

Segundo Mantega, o governo está estudando um conjunto de medidas para dar mais condições de competitividade às exportações brasileiras. "Vivemos um momento difícil para o comércio mundial porque a maioria dos países não está crescendo. Então, é difícil aumentarmos as exportações porque os mercados estão contraídos. Com isso, a competição ficou mais forte”. Ele não informou uma data precisa para a divulgação das medidas, ms disse que isso deve ocorrer nas próximas semanas.

 

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