Trabalhadores chineses: país está trabalhando para transformar a economia em uma que seja guiada por consumo doméstico e demanda, ante o foco atual na indústria e nas exportações (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2013 às 10h48.
Pequim - A China enfrenta forte pressão sobre o emprego nos próximos meses, afirmou o Ministério do Trabalho nesta quinta-feira, destacando a profundidade do desafio diante de Pequim, à medida que tenta reduzir a dependência da indústria sem perturbar a estabilidade social.
Os líderes da China estão trabalhando para transformar a economia em uma que seja guiada pelo consumo doméstico e pela demanda, ante o foco atual na indústria e nas exportações, mas essas mudanças levantam a possibilidade de perdas de vagas de trabalho à medida que as indústrias tradicionais se reestruturam.
Os líderes têm estado sob tensão nas últimas semanas para mostrar que estão cientes do lado negativo da busca por reformas. O primeiro-ministro, Li Keqiang, têm falado sobre proteger os "limites mais baixos" do crescimento e do emprego, embora não tenha especificado quais são os limites.
Falhar em manter os chineses empregados pode ameaçar a estabilidade social e a prosperidade econômica que o Partido Comunista afirma justificar sua decisão de partido único.
"A China enfrenta tarefas bastante pesadas em relação ao emprego nos próximos meses e a pressão sobre o emprego será muito grande", disse Yin Chengji, porta-voz do Ministério de Recursos Humanos e Seguridade Social.
O governo está tentando lidar com o excesso de capacidade nas indústrias como a do aço, cimento e naval, e está apostando no desenvolvimento da indústria de serviços para absorver o excedente de mão-de-obra, uma transição que o governo admite que possa ser penosa.
A pesquisa preliminar do Índice dos Gerentes de Compras (PMI) do HSBC/Markit para a China mostrou na quarta-feira que o mercado de trabalho na indústria se enfraqueceu mais em julho, com o subíndice de emprego recuando para o menor nível em mais de quatro anos.
O crescimento econômico desacelerou para 7,5 por cento no segundo trimestre, e economistas dizem que os líderes acreditam que um crescimento anual de 7 por cento é necessário para criar empregos suficientes visando a manter a estabilidade social, embora os líderes nunca tenham especificado um número.
Tem havido uma série de anúncios de medidas de apoio para a indústria nos últimos dias que, embora não sejam expressivamente voltadas para o emprego, devem oferecer suporte.