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China pode reduzir controle sobre fluxo de capital

Economista adverte para ritmo lento da mudança

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

Os investidores institucionais chineses poderão, pelo menos em tese, aplicar nos mercados de capitais de outros países. A medida aprovada preliminarmente pelo governo chinês é o primeiro passo, ainda experimental, de seu plano de longo prazo para transformar o yuan em uma moeda plenamente conversível.

O dirigente da Administração Estatal de Moeda Estrangeira, Ma Delun, afirmou em discurso citado pelo jornal britânico Financial Times de sexta-feira (2/7) que o governo iria "gradualmente eliminar as restrições sobre os investimentos de fundos de pensão em mercados estrangeiros".

Além dessa indicação retórica de Delun e da criação há dois anos do mecanismo denominado Investidor Institucional Doméstico Qualificado, porém, ainda não foram definidas as regras ou o cronograma da mudança. Os investidores institucionais, afirma o Financial Times, detêm 8 bilhões de dólares em moeda estrangeira, que pelas regras em vigor devem ficar depositados em bancos locais, remunerados por taxas inferiores a 1%.

Outro mundo

Mas há quem recomende cautela antes de se interpretar os acenos governamentais como disposição de aliviar as restrições ao fluxo de capital.

"É muito mais uma declaração de futuras intenções do que mudança de rumo", diz Dalton Gardimam, economista-chefe do banco Calyon no Brasil, ex-Credit Lyonnais. Para o economista, que atuou quatro anos em Hong Kong, é preciso compreender que a China não precisa fazer mudanças rápidas. "A economia chinesa tem 40 vezes mais reservas que a brasileira."

Com cerca de 400 bilhões de dólares de reservas, afirma Gardimam, não há no caso chinês os elementos de urgência e pressão que forçaram Brasil e Rússia, por exemplo, a tomar medidas drásticas quando as circunstâncias exigiram. "Os chineses vão pavimentar o caminho. [A China]  um mercado emergente, mas com muitas especificidades."

A taxa de câmbio do yuan está restrita em suas flutuações a uma banda em torno de 8,28 por dólar, e tem sido alvo de pressões por parte dos Estados Unidos, que acusam o governo chinês de favorecer artificialmente suas exportações, mantendo-as baratas através deste câmbio administrado.

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