Economia

China: exportações crescem 48,3% após queda em janeiro

Para alguns analistas, os números de fevereiro podem ter sido distorcidos por alguns fatores, como a baixa base de comparação do ano passado e as comemorações do ano novo chinês


	Mulher trabalhando em fábrica de Lianyungang, China
 (STR/AFP)

Mulher trabalhando em fábrica de Lianyungang, China (STR/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2015 às 09h24.

Pequim - As exportações da China cresceram 48,3% em fevereiro na comparação anual, informou a Administração Geral das Alfândegas. O número reverte a queda de 3,3% das exportações de janeiro, e ficou bem acima da previsão de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que estimavam um aumento de 13,3%.

O resultado, no entanto, é visto com cautela por analistas, uma vez que as importações continuaram a cair em meio a uma fraca demanda do país, cujo crescimento está desacelerando. Economistas também alertaram que os números podem ter sido afetados pelo feriado do ano novo chinês.

"Estes foram bons números de exportação, mas não podemos dizer que foi uma grande ajuda para a economia", disse Andrew Polk, economista do Conference Board. "É apenas um foco de incêndio a menos que (o Partido Comunista) terá que enfrentar."

Já as importações caíram 20,5% no mês também na comparação anual, recuo maior do que os 19,9% registrados em janeiro. Analistas estimavam que o número ficaria na casa dos 10%.

A queda, no entanto, pode ser explicada em parte pelo declínio dos preços do petróleo e de outras commodities importantes, como o minério de ferro. A importação de ambos cresceu 11% em volume, mas caiu 46% e 39% em valor, respectivamente.

Com o resultado, o superávit comercial da China em fevereiro ficou em US$ 60,6 bilhões, ante US$ 60 bilhões no mês anterior. A estimativa era que ele chegasse a US$ 60,2 bilhões.

Juntando os dois primeiros meses do ano, as exportações cresceram 15% e as importações caíram 20,2%, acumulando um superávit de US$ 120,7 bilhões. A cifra é bem maior do que a de 2014, quando o acumulado em janeiro e fevereiro foi de apenas US$ 8,88 bilhões, resultado de uma queda das exportações de 1,6% e um crescimento de 10% das importações.

Para alguns analistas, os números de fevereiro podem ter sido distorcidos por alguns fatores, como a baixa base de comparação do ano passado, quando autoridades desbarataram um esquema fraudulento de exportação, assim como as comemorações do ano novo chinês, que no ano passado aconteceram em janeiro. O feriado pode ter levado parte da indústria a adiantar os embarques.

"Nós ainda acreditamos em um cenário desafiador para as exportações chinesas este ano", escreveram os economista da ANZ Li-Gang Liu e Hao Zhou, em nota a clientes.

No sábado, o ministro do Comércio, Gao Hucheng, afirmou a repórteres esperar que o país consiga alcançar a meta de elevar o resultado combinado de exportações e importações em 6% este ano. Hucheng também disse que, com base em indicações preliminares, os números de março devem vir melhores do que os de fevereiro. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércio exteriorExportações

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor