China deixa de publicar dado de desemprego entre jovens, após altas recentes
Com isso, investidores, economistas e empresários perdem mais uma métrica importante da piora no quadro na segunda maior economia global
Agência de notícias
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 10h08.
Autoridades da China afirmaram que parariam de reportar a taxa de desemprego entre os jovens, após meses de alta. Com isso, investidores, economistas e empresários perdem mais uma métrica importante da piora no quadro na segunda maior economia global. A taxa de desemprego oficial entre os jovens havia superado 20% no país, que também deixou mais cedo neste ano de publicar um dado sobre confiança dos consumidores.
A medida surpreendente ocorre após esforços de Pequim para restringir o acesso a uma variedade de indicadores sobre sua economia e o panorama corporativo ao escrutínio do exterior. Ao mesmo tempo, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou cortes nas taxas de juros, para apoiar o crescimento.
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Juros
O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu nesta terça-feira, 15, várias de suas taxas de juros, em uma sinalização de que as principais taxas de empréstimos do país serão cortadas ainda neste mês.
O PBoC injetou 401 bilhões de yuans (US$ 55,24 bilhões) por meio de um instrumento de liquidez de médio prazo de 1 ano, a uma taxa de juros de 2,50%. Antes, esta era de 2,65%. Ele também proveu 204 bilhões de yuans em fundos por meio de acordos de recompra reversa de sete dias, a uma taxa de 1,80%. Antes, ela era de 1,90%.
O BC da China cortou ainda juros para seu instrumento permanente de empréstimos (SLF, na sigla em inglês) em 10 pontos-base, com efeito imediato, além da taxa para o instrumento no empréstimo no overnight, a de 7 dias e a de 1 mês, a 2,65%, 2,80% e 3,15%, respectivamente. As instituições financeiras podem obter liquidez de curto prazo por meio do programa SLF do PBoC, ao usar bônus qualificados e outros ativos como colateral.
O corte atual ocorre no momento em que Pequim enfrenta a perda de fôlego da economia, o que gera pedidos de mais apoio político pelo crescimento. Economistas, porém, advertem que cortes nos juros aumentam a divergência com o quadro nos EUA, o que tende a pressionar mais o yuan.