Economia

China dá esperança de recuperação com injeção recorde na economia

O banco central concedeu aos credores comerciais US$ 112 bilhões em empréstimos de um ano para tentar dissipar preocupações com a liquidez em meio a um aumento nas emissões de dívida pública

China: A reação do mercado sugere que a dobradinha de medidas trouxe algum alívio, mas é necessário fazer mais (Bloomberg/Bloomberg)

China: A reação do mercado sugere que a dobradinha de medidas trouxe algum alívio, mas é necessário fazer mais (Bloomberg/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 14h11.

A iniciativa da China de fazer uma injeção recorde na economia e dar mais apoio ao setor imobiliário nesta sexta-feira deu uma sinalização mais poderosa de estímulo aos investidores.

O banco central concedeu aos credores comerciais US$ 112 bilhões em empréstimos de um ano para tentar dissipar preocupações com a liquidez em meio a um aumento nas emissões de dívida pública. O anúncio veio na esteira de um relaxamento das restrições às compras de imóveis residenciais em Pequim e Xangai.

A reação do mercado sugere que a dobradinha de medidas trouxe algum alívio, mas é necessário fazer mais. As ações de empresas chinesas negociadas em Hong Kong chegaram a subir 3,7%, antes de devolverem parte dos ganhos após o governo dizer que mira um déficit de 3% do PIB em 2024. A bolsa de Xangai fechou em queda pelo terceiro dia seguido.

“É muito cedo para considerar que se trata de uma virada. A confiança dos investidores permanece frágil e as tensões geopolíticas continuam a ser uma fonte potencial de risco”, disse Zhong Liang Han, estrategista de investimentos do Standard Chartered Bank.

As autoridades chinesas enfrentam o desafio de melhorar a liquidez o suficiente para que as instituições financeiras possam absorver as vendas de títulos do governo, sem provocar uma queda no yuan.

“A falta de confiança ainda é o principal fator que impede o crescimento, mas juros mais baixos ajudarão a economia”, disse Serena Zhou, economista do Mizuho Securities. “Ainda espero cortes de juros de 20 pontos-base e redução de 50 pontos-base na alíquota do compulsório no próximo ano.”

O Banco Popular da China ofereceu aos credores comerciais 800 bilhões de yuans (US$ 112 bilhões) líquidos em financiamento de um ano através do chamado mecanismo de empréstimo de médio prazo. Embora o banco central tenha mantido a taxa de juros inalterada, a dimensão da injeção, mais que o dobro do esperado pelos analistas, foi uma surpresa.

Poucos minutos antes da injeção, o BC chinês colocou sua taxa de câmbio diária de referência no nível mais forte desde junho. A taxa limita os movimentos da moeda no mercado onshore em 2% para baixo ou para cima.

Dados econômicos divulgados nesta sexta-feira mostraram que o crescimento da produção industrial chinesa em novembro superou as expectativas, mas as vendas no varejo vieram abaixo do esperado e a contração do investimento imobiliário se aprofundou.

“Injetar liquidez e tentar aumentar a oferta do lado financeiro é útil, mas provavelmente não será suficiente se não houver vontade de gastar ou de investir”, disse Louis Kuijs, economista-chefe para Ásia-Pacífico da S&P Global Ratings. “Aparentemente, é preciso fazer mais, tendo em vista o quão precária é a situação.”

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