Economia

Chile prevê que terá 90% de energia limpa até 2050

A taxa ultrapassa bastante os 70% estipulados pelo governo da socialista Michelle Bachelet, grande fomentadora das energias renováveis

Chile: atualmente, as fontes de energia renováveis suprem 45% da matriz energética dos país (Martin Bernetti/AFP)

Chile: atualmente, as fontes de energia renováveis suprem 45% da matriz energética dos país (Martin Bernetti/AFP)

A

AFP

Publicado em 29 de junho de 2017 às 22h18.

Com o crescimento exponencial das energias renováveis no Chile, em particular das fontes não convencionais, autoridades preveem que, até 2050, 90% da matriz energética do país será de origem limpa, anunciou nesta quinta-feira o ministro de Energia Andrés Rebolledo.

A taxa ultrapassa bastante os 70% estipulados pelo governo da socialista Michelle Bachelet, grande fomentadora das energias renováveis desde que chegou ao poder em 2014.

Atualmente, as fontes de energia renováveis suprem 45% da matriz energética dos país, e o ministro estima que, em 2035, serão 60% e, em 2050, 90%.

A criação de um marco regulatório que facilitou os investimentos, "o diagnóstico compartilhado, o esforço coletivo e a visão estratégica conjunta" permitiram o salto quantitativo e qualitativo para substituir combustíveis fósseis por energias que não agridem o meio ambiente, contou ele.

O sol do deserto do Atacama - o mais seco do mundo -, os vulcões, o mar, os ventos e os recursos hídricos fazem parte da estratégia energética.

Cerca de 80% dos projetos desenvolvidos estão no setor de Energias Renováveis Não Convencionais (ERNC), em particular a solar e a eólica, e vão gerar cerca de 5 mil megawatts, anunciou o ministro.

No total, há 105 projetos em andamento, metade deles de energia solar, e outros 179 aprovados, que vão gerar cerca de 13 mil megawatts adicionais.

"Com com 5% da superfície do deserto do Atacama, poderíamos quintuplicar a produção do país", assegurou Rebolledo.

O maior desafio é a interconexão de todos os sistemas de transmissão - que deve ficar pronta em novembro deste ano - e levar a energia de fontes não convencionais aos centros de consumo, além de garantir eletricidade quando não há sol ou vento.

Ainda assim, o Chile trabalha a integração energética com outros países, sobretudo seus vizinhos Argentina e Peru.

Segundo o último informe do New Energy Finance Climascope, elaborado pela Bloomberg New Energy Finance e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Chile está em primeiro lugar em investimento em energias renováveis e na luta contra as mudanças climáticas na América Latina e no Caribe.

Os investimentos em projetos de ERNC passaram de 1,3 bilhão de dólares em 2014 a 3,2 bilhões de dólares em 2015.

Acompanhe tudo sobre:ChileEnergia renovávelMichelle Bachelet

Mais de Economia

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

BID faz acordo com Coreia do Sul e vai destinar US$ 300 milhões em financiamento para América Latina

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Mais na Exame