América Latina: a Cepal espera que se mantenha uma situação de melhoria na liquidez e baixas taxas de juros internacionais (foto/Thinkstock)
EFE
Publicado em 12 de março de 2018 às 16h50.
Santiago - A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) acredita que o fortalecimento da economia do Brasil impulsionará o crescimento econômico da América Latina nos próximos anos.
O Brasil, que sediará a partir de amanhã e durante três dias, em São Paulo, o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, prevê para 2018 um crescimento de 2%, comparado com o de 0,9% de 2017, e a previsão global para toda a região é estimada em 2,2% depois de um registro de 1,3% no ano passado.
Estas projeções favoráveis, incluídas no Balanço Preliminar das Economias da América Latina e o Caribe 2017 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), se unem às previsões de outros países que vinham crescendo com taxas moderadas e que terão uma aceleração da atividade econômica.
Por exemplo, a Cepal espera que o Chile passe de um crescimento de 1,5% em 2017 para 2,8 em 2018%, e acredita em evoluções nos casos de Colômbia (de 1,8% para 2,6%), Peru (2,5% para 3,5%) e México (2,2% para 2,4%).
A maior taxa de expansão entre as economias latino-americanas é esperada para o Panamá, de 5,5%, dois pontos percentuais acima do que registrou em 2017. Em seguida aparecem República Dominicana (4,9% para 5,1%) e Nicarágua (4,9% para 5%).
No outro lado da balança, a Venezuela deve diminuir a queda de seu PIB de 9,5% em 2017 para 5,5% neste ano.
A Argentina crescerá em 2018 2,2%, ainda segundo a Cepal. A Bolívia terá aumento de 4% em sua economia, assim como o Paraguai. A do Uruguai se expandirá 3,2%, e a do Equador, 1,3%.
Por subregiões, espera-se que a América do Sul cresça 2% em 2018, e a América Central mais o México tenham elevação de 2,7%. Para a América Central sozinha, a previsão é de aumento de 3,6%, e no caso do Caribe, de 1,5%
Em consonância com a melhoria do crescimento econômico, espera-se que a taxa de desemprego comece diminuir a partir de 2018, depois que entre 2016 e 2017 a desocupação urbana aumentou de 8,9% para 9,4% por um aumento da taxa de participação e uma estagnação na taxa de ocupação.
Para 2018, o desemprego deve cair para 9,2% por causa do aumento da ocupação, produto da maior demanda agregada, diz o relatório.
No plano monetário, a Cepal espera que se mantenha uma situação de melhoria na liquidez e baixas taxas de juros internacionais.
De acordo com a organização da ONU, isso representa uma grande oportunidade para que a América Latina e o Caribe possam ampliar o espaço de política econômica a fim de sustentar o ciclo expansivo.
A Cepal identifica alguns desafios para a consolidação do crescimento global a médio prazo, como a reversão das políticas de expansão quantitativa que vinham sendo implementadas ou anunciadas pelo Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), o Banco Central Europeu e o Banco do Japão.
A isso somam os desafios derivados do maior protecionismo observado em alguns países ou a retórica dos Estados Unidos nas últimas rodadas de negociações do Tratado de Livre-comércio da América do Norte (NAFTA).