Economia

Cavaco diz que europeus se deixam 'chantagear' por agências

O presidente português reclamou que os líderes do continente não fazem nada contra o poder das agências de risco

Aníbal Cavaco Silva reclamou da atuação das agências de risco  (AFP)

Aníbal Cavaco Silva reclamou da atuação das agências de risco (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 15h47.

Lisboa - O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, considera que os líderes europeus se deixam 'condicionar' pelas agências de classificação de risco e inclusive aceitam certa 'chantagem' política.

Cavaco reagiu deste modo ao recente rebaixamento da agência Standard & Poor's à nota de solvência de vários países europeus, entre eles Portugal, cuja dívida soberana foi colocada em um nível de 'bônus lixo'.

'Os dirigentes europeus e as instâncias europeias, quando surgem avaliações das agências de rating, falam, se queixam, comentam, dizem que vão fazer isto e vão fazer aquilo, mas até o momento não se viu quase nada', declarou o chefe de Estado aos jornalistas.

Cavaco, histórico dirigente conservador do governante Partido Social Democrata (PSD), se declarou 'surpreendido que 27 chefes de Estado e de Governo se deixem condicionar politicamente por agências de rating e aceitem inclusive certa chantagem de natureza política feita por essas agências'.

Segundo ele, este 'não é um problema português, é um problema claramente europeu'.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também criticou a Standard & Poor's e censurou sua metodologia usada para rebaixar a nota de Portugal por causa 'do impacto negativo da piora dos problemas políticos, financeiros e monetários na zona do euro'.

Segundo a agência, esse ambiente afeta as perspectivas do já 'desafiante' reajuste financeiro português.

Com esse rebaixamento de nível, a dívida soberana portuguesa já é considerada pelas três principais agências de classificação como 'bônus lixo', após os cortes aplicados em 2011 por Moody's e Fitch. 

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingEuropaMercado financeiroPiigsPortugalRating

Mais de Economia

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária

Lula diz que governo e Congresso não gostam de cortes, mas que medidas são importantes