Economia

Casa Branca afirma que Biden 'não negociará' aumento do teto da dívida

Os líderes do Congresso foram convidados a se reunir com Biden na próxima terça

NEW YORK, NEW YORK - SEPTEMBER 21:  U.S. President Joe Biden speaks at the 77th session of the United Nations General Assembly (UNGA) at U.N. headquarters on September 21, 2022 in New York City. After two years of holding the session virtually or in a hybrid format, 157 heads of state and representatives of government are expected to attend the General Assembly in person. (Photo by Spencer Platt/Getty Images) (Spencer Platt/Getty Images)

NEW YORK, NEW YORK - SEPTEMBER 21: U.S. President Joe Biden speaks at the 77th session of the United Nations General Assembly (UNGA) at U.N. headquarters on September 21, 2022 in New York City. After two years of holding the session virtually or in a hybrid format, 157 heads of state and representatives of government are expected to attend the General Assembly in person. (Photo by Spencer Platt/Getty Images) (Spencer Platt/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2023 às 06h23.

O presidente americano, Joe Biden, os republicanos e a economia dos Estados Unidos entraram em rota de colisão nesta terça-feira, 2, depois que a Casa Branca reforçou que não vai negociar o aumento do limite de endividamento do governo.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, advertiu que o governo americano vai ficar sem dinheiro e deixar de pagar suas dívidas já em 1º de junho se não houver autorização de novos empréstimos.

Isso impediria o governo de pagar tudo, de programas sociais ao exército e, no que seria um golpe catastrófico para os mercados financeiros mundiais, a dívida nacional.

Os líderes do Congresso foram convidados a se reunir com Biden na próxima terça.

Os republicanos, que controlam a Câmara de Representantes (baixa), insistem em que vão ampliar o limite da dívida desde que Biden aceite primeiro realizar cortes no orçamento federal. A Casa Branca tem dito reiteradamente que não o fará.

"Este não é um assunto que vamos negociar", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jeane-Pierre.

Ela assegurou que Biden está disposto a discutir "um processo separado para abordar os cortes orçamentários", mas afirmou que o tema do teto da dívida deveria ser totalmente deixado de lado.

"É um dever constitucional do Congresso evitar o default", afirmou. "Dado o pouco tempo que o Congresso tem agora, está claro que o único caminho prático para evitar o default é que o Congresso suspenda incondicionalmente o limite de endividamento", avaliou.

A queda de braço ocorre logo depois de Biden anunciar que tentará a reeleição em 2024.

O fracasso das negociações impediria os Estados Unidos de honrar seus compromissos da dívida, causaria um possível caos econômico e levaria as eleições a um território novo e perigoso para o presidente de 80 anos, que aposta na reconstrução da economia após a pandemia de covid-19.

"O que mudou?"

Porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, fala na Casa Branca, em Washington, em 23 de fevereiro de 2023

O aumento do limite de endividamento costuma ser uma manobra contábil anual não controversa que permite ao governo pagar despesas adicionais já geradas.

No entanto, os republicanos, que caíram sob a influência de uma facção de extrema direita na Câmara, optaram por usar o tema como uma alavanca para reduzir as despesas públicas e diminuir o déficit.

Na Câmara de Representantes, onde têm uma maioria apertada, os republicanos aprovaram um projeto de lei que permitiria um endividamento maior em troca de duros cortes nos gastos. Esse projeto não tem nenhuma chance de ser aprovado no Senado, onde os democratas são maioria.

Biden considera "insensatos" e "perigosos" os cortes de gastos propostos, disse a porta-voz.

Quando perguntada se Biden eventualmente cederia às demandas republicanas para evitar o default da maior economia do mundo, Jean-Pierre insistiu em que a responsabilidade é do Congresso.

"É dever do Congresso fazer isso", disse.

Jean-Pierre destacou que os republicanos apoiaram no Congresso três extensões anuais do limite da dívida com pouca oposição quando Donald Trump esteve no poder, antes de Biden. "O que mudou?", questionou-se.

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