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Carta do ministro José Dirceu ao presidente Lula

"Durante esses dias eu tenho conversado reiteradas vezes com o presidente Lula e hoje pedi e comuniquei ao Presidente que quero voltar à Câmara dos Deputados. Entreguei a ele uma carta, que será distribuída a todos, e ele me respondeu, também com uma carta, que também será distribuída. Aceitou o meu pedido de afastamento do […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.

"Durante esses dias eu tenho conversado reiteradas vezes com o presidente Lula e hoje pedi e comuniquei ao Presidente que quero voltar à Câmara dos Deputados. Entreguei a ele uma carta, que será distribuída a todos, e ele me respondeu, também com uma carta, que também será distribuída.

Aceitou o meu pedido de afastamento do governo. Como ele viajará para o Rio Grande do Sul e para Assunção, Paraguai, me convocou para estar, segunda-feira, aqui no Palácio do Planalto, quando então ele decidirá o destino da Casa Civil, e mandará publicar no Diário Oficial de terça-feira, a minha demissão, e eu vou reassumir, na quarta-feira, o meu mandato pelo meu estado de São Paulo, que muito me honra, de deputado federal.

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Acredito que, na Câmara, a partir da semana que vem, eu vou poder esclarecer ao país, à opinião pública, os temas que hoje estão em debate na sociedade, tanto com relação às profundas transformações econômicas, sociais e políticas que estamos fazendo sob a liderança do presidente Lula, como das denúncias infundadas contra a minha pessoa, o meu partido e o meu governo.

Vou também voltar como militante-dirigente ao PT que é, na verdade, a minha vida. Vou voltar para junto, ao lado, e apoiando o presidente Genoíno. Percorrer o Brasil, vou mobilizar o PT para dar o combate àqueles que querem interromper o processo político democrático, e querem desestabilizar o governo do presidente Lula. E vou mobilizar e dialogar com a sociedade civil para, juntos, apoiarmos as investigações da Polícia Federal, do Ministério Público, do Congresso Nacional e, juntos, consolidarmos a democracia no Brasil.

Nosso governo tem uma agenda de mudanças que está para ser votada no Congresso e nós precisamos consolidar, na maioria, para aprovar essa agenda de mudanças políticas e sociais que está para ser votada no Congresso Nacional.

Nosso governo tem um programa econômico que está, neste momento, tendo sucesso, e nós precisamos apoiá-lo e sustentá-lo, e o nosso governo, o nosso partido e eu temos um patrimônio ético, temos um patrimônio que a sociedade conhece, e eu vou defender esse patrimônio.

Quero pedir a todos que me ajudaram, me apoiaram nesses 30 meses na Casa Civil, que continuem trabalhando, aguardando as decisões do Presidente. E quero agradecer, de coração, primeiro ao Presidente, que me deu este privilégio, esta oportunidade de servir, primeiro ao Brasil, depois, servir a ele. Todos aqui sabem que eu sempre sonhei em governar o Brasil ao lado do presidente Lula, e vou continuar governando o Brasil como deputado e como dirigente do PT. Não me considero fora do governo, me considero parte integrante do governo. O governo do presidente Lula é a minha paixão, é a minha vida e eu, ao sair, deixo aqui parte da minha alma, do meu coração, todos sabem. Mas não deixo a minha alma, ela vai comigo para a luta. Eu sei lutar na planície e no Planalto, e tenho humildade para voltar para meu partido como militante, para voltar para a Câmara como deputado.

Quero agradecer, mais uma vez, a todos aqueles que, na Casa Civil, me apoiaram, me ajudaram, trabalhando, em todas as tarefas da Casa Civil, sejam subchefes, sejam as secretárias, os assessores, os funcionários, aqueles que me serviram na Casa Civil.

Quero agradecer a meus amigos que estão aqui, às minhas amigas, ministros, ministras, deputados, deputadas, senadores e senadoras. E dizer a eles que a luta continua.

Quero agradecer a Maria Rita, minha esposa, que sempre está ao meu lado, todos esses anos. Quero dizer a minha mãe, que está longe, em Passa Quatro, que está muito preocupada; a meu filho Zeca, que é prefeito; a minhas filhas, Joana e Camila, que eu não me envergonho de nada que fiz no governo do presidente Lula. Tenho as mãos limpas, o coração sem amargura e tenho a mente sempre colocada naquilo por que sempre lutei, que é pelo Brasil, pelo povo brasileiro.

Por isso, saio de cabeça erguida do Ministério. Quero repetir: continuo no governo, como deputado da base de sustentação do governo, e continuo no governo porque sou PT.

Muito obrigado."

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