Os emplacamentos de veículos elétricos no continente europeu dobraram nos primeiros três meses deste ano, apesar da crise (Audi/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 25 de maio de 2020 às 17h41.
A Europa está se transformando no maior centro global de produção de veículos elétricos. No ano passado, a região atraiu 60 bilhões de euros em investimentos para o setor, valor quase 20 vezes maior do que o registrado há apenas dois anos, segundo dados compilados pela Transport & Environment, organização sem fins lucrativos focada em mobilidade, e publicados pelo jornal britânico Financial Times.
O montante coloca a Europa em posição de liderança na corrida pelos carros elétricos, ultrapassando a China, que atraiu 22 bilhões de euros, no mesmo período. Há dois anos, a China registrava investimentos de 17 bilhões de euros, ante 3 bilhões de euros dos europeus.
A alemã Volkswagen é a principal responsável pelo crescimento, de acordo com a organização. A empresa anunciou planos de investir mais de 30 bilhões de euros no segmento, nos próximos quatro anos. A maior fabricante de carros do mundo espera lançar no mercado 75 modelos elétricos, até 2029. O país mais beneficiado pelo movimento é a República Tcheca. A fábrica da Skoda, marca pertencente à VW, deve receber 6,6 bilhões de euros em investimentos da montadora.
Outra empresa que ajudou a Europa foi a Tesla, do bilionário Elon Musk, que anunciou a construção de uma fábrica nos arredores de Berlim, ao custo de 4 bilhões de euros.
Dados divulgados pela European Alternative Fuels Observatory (EAFO), entidade que monitora o setor de combustíveis alternativos, mostram que os emplacamentos de veículos elétricos no continente europeu dobraram nos primeiros três meses deste ano, apesar da crise. Ainda assim, a frota de veículos a bateria representa apenas 4% do total.
O aumento expressivo nos investimentos em carros elétricos é motivado, em grande parte, por mudanças regulatórias no continente europeu. Uma lei aprovada no ano passado determina que os fabricantes devem reduzir as emissões de seus veículos em 15%, até 2025, e 37,5%, até 2030. Em 2040, a Europa espera zerar as emissões de toda a sua frota.