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Campos Neto sobre Galípolo: 'vai passar por pressão, como eu passei'

Presidente do BC disse que é difícil haver 'calmaria' na função, ao ser questionado sobre relação do diretor de política econômica com o governo

Campos Neto: independência do BC e avanços institucionais devem se perpetuar (Gustavo Minas/Bloomberg via/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 21h29.

O presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que seu sucessor no cargo irá enfrentar pressão no cargo assim como ele. Questionado sobre como será a relação de Gabriel Galípolo com o governo, ele disse que não há "calmaria" no cargo, mas que houve avanços institucionais no BC:

"Vai passar por pressão, como eu passei. O que eu acho importante entender é que a institucionalidade (do Banco Central) está avançando", disse o presidente do BC, que acrescentou que a pressão "faz parte" e que era necessário tirar a "polarização" em torno do cargo.

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Roberto Campos, que encerrou o mandato na presidência da autoridade monetária em dezembro, participou nesta quinta-feira, em São Paulo, do CNN Talks. Ele voltou a repetir que espera que seu sucessor não seja julgado "pela camisa, nem pelo jantar, nem pelo evento que participou", mas sim pelas "decisões técnicas".

Atual diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo teve sua indicação para a presidência do BC confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira. Ele ainda terá que passar por sabatina no Senado.

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Independência do Banco Central

Campos Neto enfatizou a independência do BC como um dos legados que deve se perpetuar nos próximos anos e lembrou que o próximo governo, a partir de 2026, pode não ser o mesmo.

"Então é importante entender que isso faz parte da história do Banco Central daqui para frente, de conviver, em alguns casos, com um executivo que não foi aquele que o indicou (o presidente do BC)".

Em nota, nesta quarta-feira, o Campos Neto havia parabenizado a indicação de e desejou "muito sucesso" na nova fase "vida profissional" do diretor de política monetária. O comunicado do BC acrescenta que a transição dos mandatos "será feita da maneira mais suave possível".

Sobre o cenário econômico, o presidente do BC afirmou que o último resultado da inflação trouxe um aspecto qualitativo melhor, mas que há entendimento de que é preciso haver uma "convergência adicional". Ele citou preocupação com a possibilidade de pressão inflacionária no setor de energia e olhar adicional do BC para inflação de serviços.

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