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Câmbio melhora humor de exportadores

Em janeiro, o índice que indica como as indústrias avaliam a demanda externa por seus produtos cresceu 8,5% em relação a dezembro e 2,2% ante janeiro de 2013

Câmbio: economista observa que a China e a Argentina, dois importantes parceiros comerciais, estão com a economia em desaceleração (Bruno Domingos/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2014 às 11h03.

São Paulo - Após cinco anos seguidos de queda, o Grupo Priority, fabricante de calçados das marcas West Coast e Cravo&Canela, conseguiu estabilizar as exportações em 2013. Para este ano, a empresa, que planeja fabricar 4 milhões de pares, quer ampliar a fatia das vendas externas na receita: de 10% em 2013 para 12%. Só em janeiro as exportações da companhia aumentaram 21% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Conquista de novos mercados, como Rússia, México e Peru, e estratégia focada na valorização da marca foram, segundo o diretor comercial do grupo, Eduardo Smaniotto, as chaves para estancar a queda nas exportações. Essa mudança de humor dos exportadores de manufaturados já foi captada pela sondagem industrial da Fundação Getulio Vargas. Em janeiro, o índice que indica como as indústrias avaliam a demanda externa por seus produtos cresceu 8,5% em relação a dezembro e 2,2% ante janeiro de 2013.

O indicador, que considera o saldo entre o número de empresas que avalia as exportações como forte e fracas, atingiu no mês passado o maior nível em 12 meses e superou a média histórica de cinco anos. "Esse resultado reflete o nível mais favorável do câmbio para as exportações, já que não houve mudanças no cenário econômico internacional", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos e Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Aloísio Campelo.

O economista observa que a China e a Argentina, dois importantes parceiros comerciais, estão com a economia em desaceleração. Por isso, ele atribui a reação ao câmbio que, em 12 meses, desvalorizou-se quase 17%.

A melhora no ânimo das indústrias exportadoras é nítida em sete de 14 segmentos pesquisados: alimentos, vestuário e calçados, têxtil, mobiliário, química, celulose, papel e papelão e material elétrico e de comunicações. As exportações da indústria elétrica e eletrônica deverão somar neste ano US$ 7,4 bilhões, praticamente a mesma cifra de 2013, segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Em 2013, as exportações tinham caído 5% na comparação com o ano anterior.


O que deve estancar a queda nas exportações, segundo Barbato, é o aumento das vendas externas de celulares, que voltaram a ser competitivas por causa do nível do câmbio. Segundo ele, os EUA estão comprando celulares do Brasil e isso já impulsionou as exportações no ano passado.

Celulose

No caso da celulose, o câmbio não foi o único fator favorável às exportações. No primeiro ano completo de operação, a Eldorado Brasil, por exemplo, exportou 1,1 milhão de toneladas de celulose, quase a totalidade da produção de 2013. Neste ano, a previsão é vender de 1,3 milhão a 1,4 milhão de toneladas no exterior, informa José Carlos Grubisich, presidente da empresa.

"Já contribuímos com cerca de US$ 800 milhões nas divisas para o Brasil no ano passado e este ano devemos chegar a US$ 1 bilhão", afirma o executivo. Do total exportado, 40% foram para a Ásia, 40% para a Europa e 20% para os EUA. Esses mercados vão ser mantidos este ano, e novos clientes da Europa do Norte, como a Finlândia, entrarão na lista de compradores.

Segundo ele, a valorização cambial ajudou. Além disso, houve recuperação de preços porque a demanda internacional estava boa, sobretudo da matéria-prima para papel higiênico e guardanapos.

Dados da Bracelpa, associação que reúne as indústrias do setor, mostram que, no ano passado, as exportações de papel e celulose somaram US$ 7,156 bilhões. O crescimento foi de 7,5% em relação a 2012, quando houve retração de 7,4% na comparação com o ano anterior.

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Conquista de novos mercados, como Rússia, México e Peru, e estratégia focada na valorização da marca foram, segundo o diretor comercial do grupo, Eduardo Smaniotto, as chaves para estancar a queda nas exportações. Essa mudança de humor dos exportadores de manufaturados já foi captada pela sondagem industrial da Fundação Getulio Vargas. Em janeiro, o índice que indica como as indústrias avaliam a demanda externa por seus produtos cresceu 8,5% em relação a dezembro e 2,2% ante janeiro de 2013.

O indicador, que considera o saldo entre o número de empresas que avalia as exportações como forte e fracas, atingiu no mês passado o maior nível em 12 meses e superou a média histórica de cinco anos. "Esse resultado reflete o nível mais favorável do câmbio para as exportações, já que não houve mudanças no cenário econômico internacional", afirma o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos e Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Aloísio Campelo.

O economista observa que a China e a Argentina, dois importantes parceiros comerciais, estão com a economia em desaceleração. Por isso, ele atribui a reação ao câmbio que, em 12 meses, desvalorizou-se quase 17%.

A melhora no ânimo das indústrias exportadoras é nítida em sete de 14 segmentos pesquisados: alimentos, vestuário e calçados, têxtil, mobiliário, química, celulose, papel e papelão e material elétrico e de comunicações. As exportações da indústria elétrica e eletrônica deverão somar neste ano US$ 7,4 bilhões, praticamente a mesma cifra de 2013, segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Em 2013, as exportações tinham caído 5% na comparação com o ano anterior.


O que deve estancar a queda nas exportações, segundo Barbato, é o aumento das vendas externas de celulares, que voltaram a ser competitivas por causa do nível do câmbio. Segundo ele, os EUA estão comprando celulares do Brasil e isso já impulsionou as exportações no ano passado.

Celulose

No caso da celulose, o câmbio não foi o único fator favorável às exportações. No primeiro ano completo de operação, a Eldorado Brasil, por exemplo, exportou 1,1 milhão de toneladas de celulose, quase a totalidade da produção de 2013. Neste ano, a previsão é vender de 1,3 milhão a 1,4 milhão de toneladas no exterior, informa José Carlos Grubisich, presidente da empresa.

"Já contribuímos com cerca de US$ 800 milhões nas divisas para o Brasil no ano passado e este ano devemos chegar a US$ 1 bilhão", afirma o executivo. Do total exportado, 40% foram para a Ásia, 40% para a Europa e 20% para os EUA. Esses mercados vão ser mantidos este ano, e novos clientes da Europa do Norte, como a Finlândia, entrarão na lista de compradores.

Segundo ele, a valorização cambial ajudou. Além disso, houve recuperação de preços porque a demanda internacional estava boa, sobretudo da matéria-prima para papel higiênico e guardanapos.

Dados da Bracelpa, associação que reúne as indústrias do setor, mostram que, no ano passado, as exportações de papel e celulose somaram US$ 7,156 bilhões. O crescimento foi de 7,5% em relação a 2012, quando houve retração de 7,4% na comparação com o ano anterior.

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