Economia

Câmbio flutuante seguirá sendo defesa contra choques, diz BC

Hamilton, do BC, afirmou, porém, que tal flutuação necessita de estoque de liquidez internacional


	Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do Banco Central, afirmou que a política monetária brasileira deve continuar tendo a estabilidade de preços como foco
 (Divulgação/Banco Central)

Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do Banco Central, afirmou que a política monetária brasileira deve continuar tendo a estabilidade de preços como foco (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 15h32.

São Paulo - O câmbio flutuante continuará sendo a primeira linha de defesa do país a choques nos próximos anos, afirmou nesta terça-feira o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, que admitiu, no entanto, que há uma flutuação suja no câmbio.

"Temos um câmbio flutuante, com uma flutuação suja, é verdade. O BC tem feito, às vezes, mais ou menos intervenções no câmbio, mas com excelentes resultados, que ajudam a equilibrar o balanço de pagamentos", afirmou.

"A flutuação do câmbio é a melhor linha de defesa no caso de choque, mas a flutuação necessita de estoque de liquidez internacional", acrescentou o diretor do BC, ao participar de evento com empresários em São Paulo.

Desde a semana passada, o BC tem tomado mais medidas em relação ao câmbio, que favorecem a entrada de dólares no país e têm mantido a moeda norte-americana abaixo do patamar de 2,10 reais.

Hamilton disse ainda que a política monetária também seguirá, nos próximos anos, sendo conduzida tendo como foco a inflação, ressaltando o compromisso da autoridade monetária com o controle dos preços em um período em que indicadores de inflação têm ficado acima do esperado pelo mercado.


"A política monetária será conduzida tendo como foco, exclusivamente, a estabilidade de preços, segundo a abordagem das metas para a inflação. Portanto, a inflação estará sob controle", disse ele, afirmando que essa é uma mensagem antiga, mas que é importante ser reforçada.

Para o diretor, é consenso que uma inflação baixa é uma pré-condição para um crescimento sustentável e também condição necessária para que projetos de investimentos sejam realizados.

Hamilton ainda afirmou que para o Brasil ter um maior crescimento, isso dependerá também de uma agenda pró-investimentos que já vem sendo executada pelo governo e incluiu fatores como redução da carga tributária, redução de custos de energia, resolução de gargalos de infraestrutura, entre outros.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioMercado financeiroPolítica monetária

Mais de Economia

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto

OPINIÃO: Fim da linha

Explosões em Brasília elevam incertezas sobre pacote fiscal e sobre avanço de projetos no Congresso