Economia

Câmara tem até quarta-feira para votar reoneração da folha e cumprir decisão do STF

Nas contas do governo, a desoneração da folha de pagamentos custará R$ 55 bilhões entre 2024 e 2027, dos quais R$ 26 bilhões somente neste ano

Congresso Nacional: projeto para reonerar a folha de pagamentos define compensações para perda de arrecadação com benefício fiscal  (Leandro Fonseca)

Congresso Nacional: projeto para reonerar a folha de pagamentos define compensações para perda de arrecadação com benefício fiscal (Leandro Fonseca)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 17h16.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 17h33.

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A Câmara tem até esta quarta-feira, 11, para votar o projeto de lei que reonera gradualmente a folha de pagamentos a partir de 2025. O texto já recebeu o aval dos senadores. O limite foi imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo e o Congresso encontrassem uma solução para acabar como beneficio fiscal que vigora para 17 setores da economia.

A desoneração reduz a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos de 17 setores por um percentual do faturamento. Em vez da empresa desembolsar 20% sobre a folha de cada funcionário, paga de 1% a 4,5%, da receita bruta da empresa.

Essa norma foi prorrogada pelo Congresso em 2023, vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o veto foi derrubado pelo Legislativo. Por fim, o governo recorreu ao Judiciário com o argumento de que o benefício fiscal só poderia ser concedido se os parlamentares apontassem as fontes de compensações para a renúncia de receitas.

A decisão do STF determinou que o Legislativo e o Executivo apresentassem uma solução para o tema até 11 de setembro. Caso isso não ocorra, a desoneração deixará de valer em 12 de setembro. Uma proposta de reoneração foi apresentada e aprovada pelo Senado.

Texto aprovado no Senado

De acordo com o projeto aprovado no Senado, a reoneração gradual da folha de pagamentos terá duração de três anos, de 2025 a 2027.

O texto mantém a desoneração integral em 2024, estabelecendo a retomada gradual da tributação a partir de 2025, com alíquota de 5% sobre a folha de pagamentos. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%.

Durante toda a transição, a folha de pagamentos do 13º salário continuará integralmente desonerada.

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