Economia

Cai o crédito externo a empresas brasileiras

A exposição do setor privado brasileiro à dívida bancária internacional diminuiu no agregado no segundo trimestre para US$ 295,459 bilhões


	Empresas brasileiras: a exposição do setor privado brasileiro à dívida bancária internacional diminuiu no agregado no segundo trimestre para US$ 295,459 bilhões
 (Getty Images)

Empresas brasileiras: a exposição do setor privado brasileiro à dívida bancária internacional diminuiu no agregado no segundo trimestre para US$ 295,459 bilhões (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2015 às 13h01.

Londres - O estoque de empréstimos tomados por clientes brasileiros em bancos no exterior diminuiu em US$ 5,460 bilhões no segundo trimestre de 2015.

Os dados foram divulgados na quarta-feira, 21, pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A queda do endividamento foi liderada pelos bancos, mas as empresas não financeiras voltaram a tomar crédito.

Dados trimestrais do BIS revelam que a exposição do setor privado brasileiro à dívida bancária internacional diminuiu no agregado no segundo trimestre para US$ 295,459 bilhões.

O valor está bem abaixo do pico histórico registrado em março de 2013, quando bancos internacionais declararam empréstimos totais de US$ 325,634 bilhões aos clientes brasileiros.

Enquanto o Brasil convivia com as incertezas econômicas e políticas no segundo trimestre, bancos adotaram estratégia mais prudente ao quitar dívidas e, assim, reduziram a exposição total em US$ 6,716 bilhões entre abril e junho.

O mesmo não aconteceu com o setor não financeiro. Empresas brasileiras que não são parte do setor bancário adotaram estratégia contrária e aumentaram o endividamento em US$ 1,474 bilhão no trimestre.

No total, o setor bancário terminou junho de 2015 com estoque de dívida de US$ 134,643 bilhões em instituições financeiras internacionais.

Já as empresas não financeiras registravam estoque maior, de US$ 159,773 bilhões. Os dados do BIS mostram que havia, ainda, US$ 1,043 bilhão em empréstimos bancários internacionais sem alocação específica no Brasil.

Risco

Apesar dos alertas dos economistas sobre o risco das dívidas em moeda estrangeira em tempos de desvalorização do real, empresas não financeiras voltaram o tomar crédito no exterior.

Dados do Banco de Compensações Internacionais revelam que companhias brasileiras visitaram bancos para tomar crédito pelo segundo trimestre seguido e, a despeito da recessão e da turbulência cambial, o endividamento cresceu US$ 9,6 bilhões de janeiro a junho de 2015.

O BIS aponta que o setor não financeiro brasileiro aumentou o estoque de dívida externa nos bancos estrangeiros em US$ 1,474 bilhão entre abril e junho de 2015. A estratégia é idêntica à usada nos três primeiros meses do ano, quando empresas brasileiras elevaram dívidas em US$ 8,134 bilhões.

Enquanto isso, bancos fizeram exatamente o contrário: o setor financeiro reduziu o estoque de dívidas no exterior em US$ 13,164 bilhões no acumulado dos dois trimestres.

Com isso, o estoque de dívida do setor não bancário - atualmente em US$ 159,7 bilhões - está muito próximo do máximo histórico registrado em março de 2013, quando bancos internacionais reportaram exposição total de US$ 163,6 bilhões às companhias brasileiras. 

Acompanhe tudo sobre:CréditoDívidas empresariaisEmpréstimos

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame