Caged: dado de dezembro puxou o resultado do ano para baixo (exame/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 14h02.
Última atualização em 30 de abril de 2024 às 08h51.
O Brasil criou 1.483.598 postos de trabalho com carteira assinada em 2023, queda de 26.31% em comparação com 2022, quando foram criados 2.013.261 entre janeiro e dezembro daquele ano. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira, 30. O resultado considera 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos no período.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chegou a anunciar que o Brasil fecharia o ano com 1,8 milhão de vagas criadas, mas o resultado negativo de dezembro puxou o dado para baixo, com mais demissões do que contratações. O mês tradicionalmente apresenta dado negativo para o emprego formal graças ao desligamento dos empregados temporários no fim do ano. No último mês de 2023, o saldo negativo foi de 430.159 postos de trabalho, resultante de 1.502.563 admissões e 1.932.722 desligamentos.
O estado de Alagoas foi o único que registrou saldo positivo e os cinco grandes grupos de atividades econômicas registraram saldos negativos. Esse foi o primeiro mês do ano que o indicador apresentou dado negativo. Em comparação com dezembro de 2022, os empregos com carteira assinadas subiram 5,94%.
Os dados do Caged são um instrumento para o controle e para a organização do mercado de trabalho brasileiro. Com ele, é possível monitorar a geração de empregos e elaborar políticas públicas para fomentar o desenvolvimento econômico e social do Brasil. É utilizado, também, pelo Programa de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais. Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada.
Com 886.259 postos, o setor de serviços foi o que mais registrou empregos com carteira assinada no ano passado. Os subsetores que mais contrataram foram informação, comunicação, financeiro, imobiliário, atividades administrativas, serviço público e educação e saúde.
O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no comércio, com um saldo de 276.528 postos, com destaque para o setor varejista, supermercados, minimercado e venda de combustíveis para veículos.
São Paulo registrou 290.719 postos de trabalho em 2023 e foi o estado que mais contratou no ano passado. Rio de Janeiro, com 160.680 postos, e Minas Gerais, que teve 140.836 contratações, fecham as três primeiras posições.
Os dados do Caged consideram somente os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os trabalhadores informais. Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad), mostram toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados. Por causa disso, os resultados não são comparáveis.