Economia

Brasil cria 1,4 milhão de vagas com carteira assinada em 2023

O resultado representa uma queda de 26% em comparação com 2022

Caged: dado de dezembro puxou o resultado do ano para baixo (exame/Exame)

Caged: dado de dezembro puxou o resultado do ano para baixo (exame/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de janeiro de 2024 às 14h02.

Última atualização em 30 de abril de 2024 às 08h51.

O Brasil criou 1.483.598 postos de trabalho com carteira assinada em 2023, queda de 26.31% em comparação com 2022, quando foram criados 2.013.261 entre janeiro e dezembro daquele ano. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira, 30. O resultado considera 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos no período. 

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chegou a anunciar que o Brasil fecharia o ano com 1,8 milhão de vagas criadas, mas o resultado negativo de dezembro puxou o dado para baixo, com mais demissões do que contratações. O mês tradicionalmente apresenta dado negativo para o emprego formal graças ao desligamento dos empregados temporários no fim do ano. No último mês de 2023, o saldo negativo foi de 430.159 postos de trabalho, resultante de 1.502.563 admissões e 1.932.722 desligamentos.

O estado de Alagoas foi o único que registrou saldo positivo e os cinco grandes grupos de atividades econômicas registraram saldos negativos. Esse foi o primeiro mês do ano que o indicador apresentou dado negativo. Em comparação com dezembro de 2022, os empregos com carteira assinadas subiram 5,94%.

Os dados do Caged são um instrumento para o controle e para a organização do mercado de trabalho brasileiro. Com ele, é possível monitorar a geração de empregos e elaborar políticas públicas para fomentar o desenvolvimento econômico e social do Brasil. É utilizado, também, pelo Programa de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais. Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada.

Resultado do Caged foi puxado pelo setor de serviços

Com 886.259 postos, o setor de serviços foi o que mais registrou empregos com carteira assinada no ano passado. Os subsetores que mais contrataram foram informação, comunicação, financeiro, imobiliário, atividades administrativas, serviço público e educação e saúde.

O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no comércio, com um saldo de 276.528 postos, com destaque para o setor varejista, supermercados, minimercado e venda de combustíveis para veículos.

São Paulo é o estado que mais teve contratações em 2023

São Paulo registrou 290.719 postos de trabalho em 2023 e foi o estado que mais contratou no ano passado. Rio de Janeiro, com 160.680 postos, e Minas Gerais, que teve 140.836 contratações, fecham as três primeiras posições.

Qual a diferença dos dados do Caged e da Pnad

Os dados do Caged consideram somente os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os trabalhadores informais. Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad), mostram toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados. Por causa disso, os resultados não são comparáveis. 

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