Comissão do Senado aprova Campos Neto à presidência do Banco Central
Decisão foi unânime, mas nomes serão avaliados pelo plenário da Casa, com expectativa que processo ocorra ainda nesta terça-feira (26)
Reuters
Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 15h49.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 16h12.
Brasília - A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou nesta terça-feira o nome de Roberto Campos Neto à presidência do Banco Central por unanimidade, bem como as indicações de Bruno Serra Fernandes à diretoria de Política Monetária e de João Manoel Pinho de Mello à diretoria de Organização do Sistema Financeiro do BC.
Todos os indicados foram aprovados por 26 votos a favor e nenhum contra. "Isso demonstra claramente a confiança de todos os senadores dessa comissão em relação ao trabalho que os senhores vão realizar", disse o presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM). Ao proclamar o resultado da votação, ele lembrou que a comissão convidará Campos Neto daqui a seis meses para debater a situação da economia brasileira.
Agora, os nomes deverão ser apreciados no plenário do Senado, sendo que a expectativa é que o processo ocorra ainda nesta terça-feira.
Flávio Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) usou seu tempo de fala na sabatina de Campos Neto para elogiar as escolhas liberais do governo do presidente Jair Bolsonaro , seu pai, e defender a reforma da Previdência .
"Tenho a certeza de que teremos um BC independente, sem a interferência do governo em questões estratégicas da política monetária. Talvez o presidente Jair Bolsonaro tenha se encontrado uma ou duas vezes com o indicado. O Brasil finalmente vai tomar um rumo correto na economia sem interferência da política e sem um olhar criminoso sobre o empreendedor, como se fosse crime ganhar dinheiro", afirmou o senador. "Quando o Estado não atrapalha já está ajudando demais", completou.
Flávio aproveitou os dez minutos de seu tempo para também defender a aprovação da reforma da Previdência, entregue pelo governo ao Congresso na semana passada. Ele rebateu as acusações de que a proposta atual deixe idosos desamparados ao pagar apenas R$ 400 como Benefício de Prestação Continuada (BPC) entre os 60 e 70 anos de idade para as pessoas em situação de miserabilidade. Segundo ele, o discurso da oposição de que pobre será penalizado (na reforma) será dizimado em plenário.
"A intenção da reforma não é desamparar, mas sim proteger essas pessoas", argumentou. "Sem a reforma, o Brasil quebra em 15 anos. Ninguém está feliz em ter que apreciar a matéria, ninguém gostaria de fazer, mas é necessário fazer a reforma o quanto antes", completou.
Também passam por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) Bruno Serra Fernandes, que ocupará a Diretoria de Política Monetária, e João Manoel Pinho de Mello, que será o titular da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC.