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Brexit traz desafios para mercado de derivativos, diz regulador

Com o impasse entre o Reino Unido e a UE, empresas serão obrigadas a negociar em sua própria região ou em uma jurisdição reconhecida, como Nova York

BREXIT: a data limite para o divórcio com a UE é dia 31 de janeiro de 2020. / REUTERS/Toby Melville/File Photo (Toby Melville/Reuters)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 13h49.

Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 14h40.

O principal regulador dos mercados da União Europeia fez um novo alerta sobre as dificuldades de grandes bancos europeus para negociarem derivativos, quando forem excluídos das plataformas de negociação dominantes de Londres no final da transição do Brexit neste mês.

Steven Maijoor, presidente Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA, na sigla em inglês), disse em entrevista na quinta-feira que os escritórios de Londres de empresas da UE podem enfrentar um “conflito de leis” entre o Reino Unido e a Europa, o que afetaria contratos de swaps de taxas de juros e swaps de crédito.

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“Existem desafios para as filiais britânicas de firmas de investimento da UE”, disse Maijoor. “Claramente existem custos como resultado do Brexit. Haverá atritos como resultado do final do período de retirada.”

Ele disse que os conflitos devem ser abordados pela Comissão Europeia, caso o braço executivo da UE em Bruxelas queira. O confronto ameaça remodelar o mercado de derivativos da UE, que movimentou quase 48 trilhões de euros (US$ 58 trilhões) em swaps de balcão por meio de plataformas de negociação no quarto trimestre de 2019, segundo dados da ESMA.

Plataformas

Com o impasse entre o Reino Unido e a UE, empresas serão obrigadas a negociar em sua própria região ou em uma jurisdição “equivalente” reconhecida, como Nova York.

O responsável pela agência reguladora dos mercados franceses, a Autorite des Marches Financiers, disse que até 70% do volume de negociação nos escritórios dos bancos da UE em Londres poderia ser perdido ou transferido para plataformas de negociação nos EUA.

O presidente da ESMA sugeriu que os negócios seriam transferidos para o bloco após a saída do Reino Unido.

“Acho que é muito difícil avaliar o tamanho e a escala, mas seria de se esperar que, como resultado tanto da obrigação de negociação de ações quanto da obrigação de negociação de derivativos, parte da negociação seja transferida do Reino Unido para a UE”, disse Maijoor.

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