Economia

Brasileiros iniciam 2013 menos endividados

“O cenário mais crítico para a inadimplência já está superado”, disse o economista da Fecomércio-RJ, Paulo Padilha


	Consumidor: apesar da desaceleração da economia observada no ano passado, os fundamentos da economia se mantiveram sólidos
 (Macdiarmid/Getty Images)

Consumidor: apesar da desaceleração da economia observada no ano passado, os fundamentos da economia se mantiveram sólidos (Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 17h10.

Rio de Janeiro - Os brasileiros estão menos endividados neste início de ano. Os dados constam da pesquisa nacional Perfil Econômico do Consumidor (PEC) feita pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e o Instituto Ipsos com mil entrevistados em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas. A pesquisa foi divulgada hoje (11), no Rio.

“O cenário mais crítico para a inadimplência já está superado”, disse à Agência Brasil o economista da Fecomércio-RJ, Paulo Padilha.

Ele esclareceu que apesar da desaceleração da economia observada no ano passado, com crescimento mais moderado do que o previsto no final de 2011, os fundamentos da economia se mantiveram sólidos. “A gente continua com a taxa de desemprego em patamares historicamente baixos, a renda continua se comportando bem”.

Se no primeiro semestre do ano passado, a inadimplência subiu, a partir do segundo semestre, os consumidores aproveitaram o cenário favorável para trocar dívidas. Houve retomada do movimento de aceleração da massa salarial e melhoria das condições de crédito, proporcionada pela ação do governo de "forçar" a redução da taxa básica de juros Selic, disse.

“A pesquisa mostra que do segundo trimestre para o terceiro trimestre houve aumento do endividamento, considerando-se aí financiamentos em aberto, não atrasos necessariamente, mas pessoas pagando algum financiamento”. Ao mesmo tempo, a inadimplência diminuiu. “Foi um movimento até paradoxal. Você teve aumento do endividamento com queda da inadimplência. As pessoas pegaram crédito para pagar dívida”.

Com a entrada dos benefícios associados ao décimo terceiro salário, as férias, a restituição do Imposto de Renda, esse endividamento caiu. “Porque as pessoas saldaram os financiamentos em aberto e a inadimplência continuou caindo”. Isso fez com que a pesquisa registrasse em dezembro o patamar mais baixo para a inadimplência.


“E com fôlego para o primeiro semestre de 2013, porque as pessoas estão com o orçamento mais equilibrado, a perspectiva para a inadimplência é mais favorável do que era no ano passado, e os fundamentos estão melhores, porque a massa salarial voltou a acelerar, bem como as vendas no comércio varejista”, disse.

De acordo com a sondagem, 40% dos brasileiros pagavam algum tipo de parcelamento em dezembro, mostrando redução em comparação aos anos anteriores.

A taxa de inadimplência alcançou 12% em dezembro de 2012, com queda de 10 pontos percentuais em relação a 2010, quando atingiu 22%. O índice revelado pela pesquisa é o menor para o mês de dezembro da série histórica iniciada há quatro anos, informou o economista.

Para o primeiro semestre de 2013, a única preocupação é a inflação, acrescentou. Os economistas da Fecomércio-RJ projetam variação para a inflação, em 2013, entre 5,6% e 5,7%, contra os 5,84% apurados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano passado.

Paulo Padilha disse que o primeiro semestre será decisivo. “A gente tem que ver o que virá em termos de reajuste de combustíveis, de desoneração de energia”.

Ressaltou, entretanto, que os indicadores de atividade relacionada ao comércio e ao saneamento do orçamento do consumidor têm se sustentado bem. O foco para voltar a crescer um pouco mais, de modo a atingir uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4% e 4,5%, é conseguir fazer com que os investimentos respondam de forma mais forte, acentuou.

Em termos macroeconômicos, Padilha citou entre os pontos positivos para 2013 a disposição do governo em atacar questões estruturais, além da desoneração da folha de pagamento. “Conseguindo controlar a inflação, com o governo gastando de forma mais eficiente, eu vejo um cenário um pouco melhor para 2013”.

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