Exame Logo

Brasil releva 2012 e prevê expansão econômica de 4% em 2013

O governo disse que o baixo crescimento (0,9%) registrado pela economia brasileira no ano passado aconteceu por conta da crise global e de fatores climáticos

Apesar do otimismo do governo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou uma nota na qual sustentou que o resultado de 2012 se deve à "perda de competitividade do país" (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 14h45.

Rio de Janeiro - O governo disse nesta sexta-feira que o baixo crescimento (0,9%) registrado pela economia brasileira em 2012 aconteceu por conta da crise global e de fatores climáticos, mas já virou a página e projeta uma expansão otimista de 4% para este ano.

"Em tempos de crise se tem um desempenho fraco e é inevitável que a economia desacelere", declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva convocada para analisar o comportamento da economia durante o ano passado.

O crescimento em 2012 foi fraco (0,9%), divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A maioria dos países teve um crescimento fraco e inclusive uma desaceleração", disse Mantega, que no início de 2012 tinha chegado a projetar uma expansão de 3 a 4% para esse ano, o mesmo patamar que prevê agora para 2013.

O ministro admitiu que a taxa de crescimento ficou "abaixo das expectativas" do governo, mas afirmou que a economia voltou a crescer durante o quarto trimestre do ano passado, com uma ligeira expansão de 0,6%, e sustentou que essa tendência se manteve em janeiro e fevereiro deste ano.

"Estamos acelerando a economia de forma gradual e a aceleração continua em 2013, segundo os dados dos dois primeiros meses deste ano", disse o ministro.

Segundo Mantega, o mais importante para o Brasil é que, apesar do fraco desempenho da economia, a crise "não bateu a porta" das famílias.

"Para a maioria da população brasileira 2012 foi um bom ano", sustentou o ministro, que explicou que no ano passado "foram criados 1,3 milhões de novos empregos e a massa salarial cresceu 6%, o que não é pouca coisa", apontou.


Entre as diversas razões para o baixo crescimento, além da crise financeira mundial, Mantega citou a retração de 5,2% sofrida pelo setor agrícola, um dos motores da economia do país, devido à incidência de fortes chuvas em algumas regiões e da seca em outras.

Outro fator do fraco desempenho da economia em 2012, segundo o ministro, foi a desaceleração que se observou no ritmo dos investimentos, que nos primeiros três trimestres do ano passado reduziram 4%.

No entanto, garantiu que no quarto trimestre houve um início de recuperação e que os investimentos cresceram 0,5%, uma tendência que, segundo afirmou, se manteve durante o último mês de janeiro.

"Os investimentos voltaram a reagir, se recuperam e deverão acelerar ao longo de 2013", sustentou.

Com a finalidade de se alavancar o crescimento esperado para este ano, assegurou que o governo manterá a política de desoneração de alguns setores que vem sendo feita há dois anos, e garantiu que a medida "barateia tanto os investimentos como o consumo".

Mantega reiterou, além disso, que esse tipo de medida também vai ajudar no controle da inflação, que no ano passado foi de 5,84%.

Segundo analistas do setor privado, a inflação este ano será igual ou ainda maior que a registrada em 2012, o que significa uma ameaça para o consumo interno, que é um dos eixos da economia brasileira.


Nesse sentido, a Fundação Getulio Vargas divulgou hoje um relatório no qual afirma que a inflação em alguns setores continua em alta e destacou o caso das hortaliças e legumes, cujos preços aumentaram em média 30,14% nos primeiros dois meses do ano.

Apesar do otimismo do governo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou hoje uma nota na qual sustentou que o resultado de 2012 se deve à "perda de competitividade do país", que "deve ser recuperada" no menor prazo possível.

Segundo a federação, a carga tributária "exagerada", os altos custos da burocracia e a valorização do real em relação ao dólar elevaram o chamado "custo Brasil", fazendo com que seja mais difícil para a indústria nacional "competir com produtos importados" e melhorar seus índices de exportação.

Apesar dessas dificuldades, a Fiesp coincidiu com analistas do setor privado e previu que a economia brasileira deve acelerar este ano e que o crescimento deve ficar em torno de 3%, mas não deve atingir o teto de 4% previsto pelo governo.

Veja também

Rio de Janeiro - O governo disse nesta sexta-feira que o baixo crescimento (0,9%) registrado pela economia brasileira em 2012 aconteceu por conta da crise global e de fatores climáticos, mas já virou a página e projeta uma expansão otimista de 4% para este ano.

"Em tempos de crise se tem um desempenho fraco e é inevitável que a economia desacelere", declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva convocada para analisar o comportamento da economia durante o ano passado.

O crescimento em 2012 foi fraco (0,9%), divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A maioria dos países teve um crescimento fraco e inclusive uma desaceleração", disse Mantega, que no início de 2012 tinha chegado a projetar uma expansão de 3 a 4% para esse ano, o mesmo patamar que prevê agora para 2013.

O ministro admitiu que a taxa de crescimento ficou "abaixo das expectativas" do governo, mas afirmou que a economia voltou a crescer durante o quarto trimestre do ano passado, com uma ligeira expansão de 0,6%, e sustentou que essa tendência se manteve em janeiro e fevereiro deste ano.

"Estamos acelerando a economia de forma gradual e a aceleração continua em 2013, segundo os dados dos dois primeiros meses deste ano", disse o ministro.

Segundo Mantega, o mais importante para o Brasil é que, apesar do fraco desempenho da economia, a crise "não bateu a porta" das famílias.

"Para a maioria da população brasileira 2012 foi um bom ano", sustentou o ministro, que explicou que no ano passado "foram criados 1,3 milhões de novos empregos e a massa salarial cresceu 6%, o que não é pouca coisa", apontou.


Entre as diversas razões para o baixo crescimento, além da crise financeira mundial, Mantega citou a retração de 5,2% sofrida pelo setor agrícola, um dos motores da economia do país, devido à incidência de fortes chuvas em algumas regiões e da seca em outras.

Outro fator do fraco desempenho da economia em 2012, segundo o ministro, foi a desaceleração que se observou no ritmo dos investimentos, que nos primeiros três trimestres do ano passado reduziram 4%.

No entanto, garantiu que no quarto trimestre houve um início de recuperação e que os investimentos cresceram 0,5%, uma tendência que, segundo afirmou, se manteve durante o último mês de janeiro.

"Os investimentos voltaram a reagir, se recuperam e deverão acelerar ao longo de 2013", sustentou.

Com a finalidade de se alavancar o crescimento esperado para este ano, assegurou que o governo manterá a política de desoneração de alguns setores que vem sendo feita há dois anos, e garantiu que a medida "barateia tanto os investimentos como o consumo".

Mantega reiterou, além disso, que esse tipo de medida também vai ajudar no controle da inflação, que no ano passado foi de 5,84%.

Segundo analistas do setor privado, a inflação este ano será igual ou ainda maior que a registrada em 2012, o que significa uma ameaça para o consumo interno, que é um dos eixos da economia brasileira.


Nesse sentido, a Fundação Getulio Vargas divulgou hoje um relatório no qual afirma que a inflação em alguns setores continua em alta e destacou o caso das hortaliças e legumes, cujos preços aumentaram em média 30,14% nos primeiros dois meses do ano.

Apesar do otimismo do governo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou hoje uma nota na qual sustentou que o resultado de 2012 se deve à "perda de competitividade do país", que "deve ser recuperada" no menor prazo possível.

Segundo a federação, a carga tributária "exagerada", os altos custos da burocracia e a valorização do real em relação ao dólar elevaram o chamado "custo Brasil", fazendo com que seja mais difícil para a indústria nacional "competir com produtos importados" e melhorar seus índices de exportação.

Apesar dessas dificuldades, a Fiesp coincidiu com analistas do setor privado e previu que a economia brasileira deve acelerar este ano e que o crescimento deve ficar em torno de 3%, mas não deve atingir o teto de 4% previsto pelo governo.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraInvestimentos de governo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame