Economia

Balança comercial tem superávit de US$ 6,2 bilhões em março

Para 2018 todo, o ministério já havia previsto que a aceleração da atividade iria elevar as importações e reduzir o superávit da balança comercial

Superávit: desempenho das exportações também foi positivo em todas as categorias, puxado pelo avanço de 16,8 por cento em semimanufaturados (iStock/Thinkstock)

Superávit: desempenho das exportações também foi positivo em todas as categorias, puxado pelo avanço de 16,8 por cento em semimanufaturados (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 2 de abril de 2018 às 15h14.

Última atualização em 2 de abril de 2018 às 19h38.

Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de 6,281 bilhões de dólares em março, queda de 12 por cento sobre igual período do ano passado sobretudo pelo aumento das importações no período, divulgou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira.

O resultado veio em linha com pesquisa Reuters feita com analistas, com expectativa de saldo positivo de 6,4 bilhões de dólares.

No mês, as importações subiram 16,9 por cento sobre março do ano passado, pela média diária, a 13,809 bilhões de dólares, em meio à retomada do crescimento econômico.

As exportações também avançaram, mas em menor ritmo. A alta foi de 9,6 por cento sobre o mesmo mês do ano passado, a 20,089 bilhões de dólares.

No primeiro trimestre de 2018, o saldo positivo das trocas comerciais soma 13,952 bilhões de dólares, recuo de 3,1 por cento sobre igual intervalo do ano passado.

Para 2018 todo, o ministério já havia previsto que a aceleração da atividade iria elevar as importações e reduzir o superávit da balança comercial brasileira ao patamar de 50 bilhões de dólares, ante 67 bilhões de dólares de 2017.

Mas a projeção pode ser revisada se os Estados Unidos mantiverem as tarifas sobre a importação de aço brasileiro, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto.

Em coletiva de imprensa, ele disse ainda que é muito cedo para avaliar o impacto do aumento de tarifas pela China como reação à investida norte-americana. No entanto, pontuou que uma escalada das tensões comerciais pode ser "muito prejudicial" para a economia global.

A China elevou tarifas em até 25 por cento sobre 128 produtos dos Estados Unidos, de carne suína congelada e vinho a certas frutas e nozes, ampliando a disputa entre as duas maiores economias do mundo em resposta à tarifas norte-americanas sobre as importações de aço e alumínio.

No fim de março, a Casa Branca anunciou que o Brasil terá isenção temporária das tarifas de 25 por cento sobre aço e de 10 por cento sobre alumínio enquanto negocia com o governo norte-americano exclusão definitiva das sobretaxas a produtos do país.

Destaque

Em março, a compra de produtos importados pelo Brasil foi forte especialmente na categoria de combustíveis e lubrificantes, com alta de 46,5 por cento sobre igual mês do 2017. Também subiram as importações de bens de capital (+20,5 por cento), bens de consumo (+16,4 por cento) e bens intermediários (+12,2 por cento).

Foi o oitavo mês consecutivo de aumento nas compras de bens de capital, com destaque para"agricultura, automotivo, oléo e gás e eletroeletrônicos", segundo Abrão Neto.

"As aquisições de bens de capital refletem o termômetro dos investimentos produtivos no país", disse o secretário.

"Então, uma boa sequência ininterrupta de crescimento mostra um apetite maior por investimentos produtivos no Brasil."

O desempenho das exportações também foi positivo em todas as categorias, puxado pelo avanço de 16,8 por cento em semimanufaturados. Neste caso, o destaque ficou com a venda de celulose, com alta de 92,1 por cento sobre março do ano passado, a 765 milhões de dólares.

Já as exportações de básicos subiram 8,4 por cento, ao passo que na categoria de manufaturados o crescimento foi de 8,3 por cento.

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