Cartões: enquanto no Brasil os juros chegam a 323,14% ao ano, no Peru, o segundo colocado entre as taxas mais altas, eles atingem 55% anuais (Bobby Yip/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 12h02.
São Paulo - A taxa de juros do financiamento por meio de cartão de crédito paga pelo brasileiro é disparada a mais alta na comparação com outros seis países da América Latina (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México) analisados pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). Enquanto no Brasil os juros chegam a 323,14% ao ano, no Peru, o segundo colocado entre as taxas mais altas, eles atingem 55% anuais. Os juros médios do cartão de crédito foram obtidos com base na cobrança de 13 bancos e financeiras presentes em território nacional no mês de junho.
De acordo com a Proteste, os juros cobrados no crédito rotativo são uma das causas do crescente endividamento dos brasileiros. A taxa média atual está em 12,77% ao mês, o que leva aos juros de 323,14% ao ano. No Chile, o terceiro país do grupo com maior taxa média, a cobrança chega a 54,24% ao ano. Na Argentina, a 50% anuais; no México, a 33,8%; na Venezuela, a 33%; e na Colômbia, a 29,23% ao ano.
De acordo com a entidade, a Venezuela, por exemplo, possui uma taxa básica de juros da economia em 15,65% ao ano e inflação de 21,3%. Mesmo assim a taxa média do cartão de crédito é bem inferior à do Brasil, que atualmente está com a Selic em 8% ao ano e inflação acumulada em 12 meses de 4,9%. "Isso só reforça o exagero das taxas de juros praticadas com cartões de crédito no Brasil", afirmou a Proteste, em nota.