Economia

Brasil tem 7,5 milhões de inadimplentes com mais de 61 anos

Economistas da Serasa Experian avaliam que o resultado tem a ver com o crédito consignado e aumento do desemprego


	Terceira idade: em momentos de crise, é comum que a renda dos aposentados seja utilizada por filhos e outros parentes para compor o orçamento familiar
 (Getty Images)

Terceira idade: em momentos de crise, é comum que a renda dos aposentados seja utilizada por filhos e outros parentes para compor o orçamento familiar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 16h35.

São Paulo - O número de pessoas acima de 61 anos com dívidas atrasadas era de 7,5 milhões em todo o País em julho deste ano, representando 12,7% do total de inadimplentes.

Estudo da área de Big Data realizada pela Serasa Experian mostra que este é o mesmo resultado do mês anterior, mas foi superior a maio, quando eram 7,4 milhões de idosos endividados.

Economistas da Serasa Experian avaliam que o resultado tem a ver com o crédito consignado, financiamento mais acessível aos aposentados em momentos de alta da inflação, aumento do desemprego, usado para suprir as contas da casa, ajudar familiares e amigos.

"O idoso faz o empréstimo com a intenção de ajudar, mas muitas vezes acaba descontrolando o pagamento de outras contas por ter recebido o benefício mensal reduzido com o desconto da parcela", diz, em nota, Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

"Isso ocorre porque essa faixa etária é uma das que mais sofre com a alta de preços de remédios e plano de saúde, por exemplo", acrescenta.

Além disso, em momentos de crise, é comum que a renda dos aposentados seja utilizada por filhos e outros parentes para compor o orçamento familiar, lembra.

"O ideal é que a aposentadoria não seja a única fonte de recursos do grupo, já que o idoso também tem contas fixas. A recomendação é que ele tenha a possibilidade de usar o dinheiro com despesas pessoais voltadas a seu bem-estar", aconselha Fernanda Monnerat, diretora do SerasaConsumidor.

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