Economia

Brasil suspende exportação de carne para China após caso de "vaca louca"

O Ministério da Agricultura adotou a medida preventiva após a confirmação, o que atende ao protocolo sanitário entre os países

Carne: um caso atípico de doença de "vaca louca" foi identificado no Mato Grosso (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

Carne: um caso atípico de doença de "vaca louca" foi identificado no Mato Grosso (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de junho de 2019 às 16h39.

Última atualização em 3 de junho de 2019 às 19h05.

O Ministério da Agricultura do Brasil suspendeu exportações de carne bovina do país à China após a confirmação de um caso atípico de doença de "vaca louca" em Mato Grosso, afirmou nesta segunda-feira o representante de uma importante empresa exportadora.

A suspensão é uma medida preventiva que atende ao protocolo sanitário entre os dois países e foi confirmada oficialmente pelo Ministério. Segundo nota do ministério, a expectativa é de que vendas de carne bovina para os principais clientes do Brasil sejam retomadas em breve, pois a suspensão é "protocolar e não de risco sanitário".

Em posicionamento oficial, o Ministério da Agricultura diz que "não houve proibição das exportações, apenas uma suspensão temporária protocolar. Trata-se de uma medida automática prevista em documento de 2015, assinado entre Brasil e China. Como se trata de uma medida protocolar e não de risco sanitário, a expectativa é que acabe logo o embargo. Em tempo razoável, as autoridades chinesas irão avaliar os documentos já entregues pelo Brasil por meio da embaixada brasileira em Pequim ao governo chinês. As negociações entre Brasil e China para outros assuntos continuam. Além disso, o status do Brasil para "vaca louca" permanece como risco insignificante. Foi um caso atípico e isolado".

Momento de alta no envio de proteína animal

A ocorrência de peste suína africana (PSA) na China contribuiu para impulsionar os embarques de carnes do Brasil no mês de maio em relação a igual período de 2018, tanto em volume quanto em faturamento. As proteínas bovina, de frango e suína registraram saltos entre 10% e 42% em volume e entre 10% e 58% em receita no mês passado ante maio de 2018. Com milhões de suínos doentes descartados no continente asiático por causa da PSA, a tendência é de que os embarques continuem em alta ao longo do ano. Em comparação com abril deste ano também houve crescimento, principalmente em relação à carne suína brasileira. Os dados de exportação de proteína animal pelo Brasil referentes ao mês de maio foram divulgados nesta segunda-feira, 3, pela de exportação Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia e consideram 21 dias úteis.

As vendas externas de carne suína in natura alcançaram 58,1 mil toneladas, alta de 41,7% ante as 41 mil toneladas embarcadas em maio de 2018 e 13,92% maiores quando comparadas ao total de 51 mil toneladas registrado em abril. A receita somou em maio US$ 131,6 milhões, avanço de 58,55% ante igual mês do ano passado, de US$ 83 milhões, e 19,31% superior aos US$ 110,3 milhões de março.

O preço médio também foi impulsionado pela elevação na demanda externa e atingiu US$ 2.265,30 por tonelada, incremento de 11,86% na variação anual e de 4,77% ante o mês anterior.

Os embarques de carne bovina in natura somaram 121 mil toneladas, crescimento de 33,7% ante as 90,5 mil toneladas enviadas ao exterior em maio do ano passado. Já em relação a abril, o resultado representa avanço de 10,2%. Em receita, foram obtidos US$ 470 milhões, avanço de 23,85% ante os US$ 379,5 milhões de um ano antes e de 13,06% na variação mensal.

As exportações de carne de frango in natura atingiram 345,9 mil toneladas, volume 9,95% maior que as 314,6 mil toneladas vendidas em maio de 2018. Na variação mensal, houve alta de 10,83% ante as 312,1 mil toneladas registrados em abril. O faturamento somou US$ 588,3 milhões, 22,38% superior aos US$ 480,7 milhões registrados em igual período de 2018, e 17,85% maior ante a receita de US$ 499,2 milhões de abril.

Acumulado

Nos cinco primeiros meses de 2019, as vendas de carne bovina totalizaram 567,2 mil toneladas, ante 479,6 mil toneladas em igual período do ano passado (+18,27%). Já o faturamento ficou em US$ 2,143 bilhões este ano, valor 9,44% maior que o total de US$ 1,958 bilhão obtido entre janeiro e maio de 2018.

As vendas externas de carne suína in natura cresceram 17,98% em volume acumulado até maio, de 206,9 mil toneladas nos cinco primeiros meses de 2018 para 244,1 mil toneladas. Em faturamento, houve avanço de 12,71%, de US$ 455,6 milhões para US$ 513,5 milhões no período.

Também no acumulado do ano, as exportações de frango in natura subiram 11,94% em receita, atingindo US$ 2,465 bilhões, ante US$ 2,202 bilhões nos primeiros cinco meses de 2018. Em volume, houve uma alta de 23,31%, ao passar de 1,433 milhão de toneladas para 1,767 milhão de toneladas.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosChinaExportaçõesMinistério da Agricultura e Pecuária

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega