Economia

Brasil "choca" com corte na Selic, dizem jornais

Para o The Wall Street Journal, o Banco Central cedeu às pressões da indústria nacional. O Financial Times questiona se o BC tem medo da crise econômica mundial

Copom ontem causou "choque" com corte dos juros, segundo jornais internacionais (Getty Images)

Copom ontem causou "choque" com corte dos juros, segundo jornais internacionais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 11h00.

São Paulo - O corte da taxa básica de juros de 12,5% para 12% ao ano feito pelo Banco Central é "surpreendente", mas levanta dúvidas sobre o "comprometimento do governo no combate à inflação", diz artigo publicado nesta quinta-feira no The Wall Street Journal. Segundo o texto de John Lyons e Jeffrey T. Lewis, a ação do BC sobre a Selic pode afetar sua "credibilidade" como órgão independente das pressões políticas.

De acordo com o WSJ, o governo brasileiro é pressionado pela indústria e pelas centrais sindicais, que desejam cortar as altas taxas de juros que supostamente "supervalorizam" a moeda nacional. Segundo o texto, o real valorizou 46% desde o começo de 2009, deixando os fabricantes nacionais vulneráveis ​​às importações chinesas.

A redução da Selic ocorre um dia depois da presidente Dilma Rousseff pedir o corte dos juros em uma entrevista de rádio em Pernambuco. Segundo a presidente, a elevação em 10 bilhões de reais da meta de superávit primário abriu espaço para um corte na taxa básica de juros.

O blog beyondbrics, do jornal britânico Financial Times, também afirmou hoje que o corte dos juros representa um "choque" na atual política monetária brasileira. No entanto, o texto de Samantha Pearson questiona se o Banco Central sabe algo "terrível" sobre o futuro da economia global que outros economistas não sabem ou se a instituição está mesmo sucumbindo às pressões políticas no Brasil para reduzir as "ridículas" taxas de empréstimos.

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