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Brasil propõe ao México sistema de cotas para importação

Além da proposta, o governo de Dilma Rousseff também cogitou a possibilidade de ampliar o acordo

A sugestão foi apresentada durante uma reunião presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota (Renato Araujo/ABr)
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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 20h44.

Brasília - O Brasil propôs nesta terça-feira ao México a adoção de um sistema de cotas flexíveis de importação de veículos, com a meta de evitar desequilíbrios no comércio bilateral nesse setor.

A sugestão foi apresentada durante uma reunião presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e sua colega do México, Patricia Espinosa, da qual também participaram o secretário de Economia mexicano, Bruno Ferrari, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

A reunião deu continuidade à outra realizada no início deste mês e convocada pela manifesta intenção do Brasil de revisar um Acordo de Complementação Econômica, em vigor desde 2003, que regula o comércio de automóveis entre os países.

Nenhum dos ministros falou com os jornalistas depois do final da reunião, mas fontes brasileiras explicaram que, além dessa proposta, o governo de Dilma Rousseff também cogitou a possibilidade de ampliar esse acordo, até agora restrito a automóveis de passeio, caminhões e veículos pesados.

Além disso, o Brasil considerou que deveria ser revisada a taxa de 30% de conteúdo nacional exigida para o comércio de veículos, sob a presunção que os que chegam do México têm peças de outros países que excedem essa percentagem.

Fontes mexicanas, por sua parte, reiteraram que as exigências do Brasil escondem certa parcela de 'protecionismo', que 'vai contra a necessidade de liberalizar mais o comércio', principalmente diante da crise global.


'A intenção é gerar mais comércio e não restringi-lo', disseram delegados mexicanos que, da mesma forma que os brasileiros, falaram sob condição de anonimato.

Segundo dados oficiais brasileiros, as importações de veículos do México aumentaram 40% no ano passado, na mesma proporção em que caíram as exportações de automóveis para esse país, o que gerou um déficit de quase US$ 1,7 bilhão nesse setor.

O México admite que registrou um superávit grande na balança setorial durante o último ano, mas ao mesmo tempo sustenta que desde a entrada em vigor do acordo, em 2003, acumula um déficit próximo dos US$ 10 bilhões.

Em paralelo ao encontro oficial, sindicatos de São Paulo respaldaram a posição do governo Dilma e asseguraram que o Brasil deve 'defender seus empregos' diante da entrada de veículos importados, por seu impacto na indústria nacional.

Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, esse aumento das importações pode levar inclusive a um processo de 'desmontagem' da indústria automobilística nacional, o que representará 'inevitavelmente' uma perda de postos de trabalho.

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Brasília - O Brasil propôs nesta terça-feira ao México a adoção de um sistema de cotas flexíveis de importação de veículos, com a meta de evitar desequilíbrios no comércio bilateral nesse setor.

A sugestão foi apresentada durante uma reunião presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e sua colega do México, Patricia Espinosa, da qual também participaram o secretário de Economia mexicano, Bruno Ferrari, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

A reunião deu continuidade à outra realizada no início deste mês e convocada pela manifesta intenção do Brasil de revisar um Acordo de Complementação Econômica, em vigor desde 2003, que regula o comércio de automóveis entre os países.

Nenhum dos ministros falou com os jornalistas depois do final da reunião, mas fontes brasileiras explicaram que, além dessa proposta, o governo de Dilma Rousseff também cogitou a possibilidade de ampliar esse acordo, até agora restrito a automóveis de passeio, caminhões e veículos pesados.

Além disso, o Brasil considerou que deveria ser revisada a taxa de 30% de conteúdo nacional exigida para o comércio de veículos, sob a presunção que os que chegam do México têm peças de outros países que excedem essa percentagem.

Fontes mexicanas, por sua parte, reiteraram que as exigências do Brasil escondem certa parcela de 'protecionismo', que 'vai contra a necessidade de liberalizar mais o comércio', principalmente diante da crise global.


'A intenção é gerar mais comércio e não restringi-lo', disseram delegados mexicanos que, da mesma forma que os brasileiros, falaram sob condição de anonimato.

Segundo dados oficiais brasileiros, as importações de veículos do México aumentaram 40% no ano passado, na mesma proporção em que caíram as exportações de automóveis para esse país, o que gerou um déficit de quase US$ 1,7 bilhão nesse setor.

O México admite que registrou um superávit grande na balança setorial durante o último ano, mas ao mesmo tempo sustenta que desde a entrada em vigor do acordo, em 2003, acumula um déficit próximo dos US$ 10 bilhões.

Em paralelo ao encontro oficial, sindicatos de São Paulo respaldaram a posição do governo Dilma e asseguraram que o Brasil deve 'defender seus empregos' diante da entrada de veículos importados, por seu impacto na indústria nacional.

Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, esse aumento das importações pode levar inclusive a um processo de 'desmontagem' da indústria automobilística nacional, o que representará 'inevitavelmente' uma perda de postos de trabalho.

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