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Brasil precisa de plano de austeridade fiscal, diz banco

"O Brasil passa por uma erosão de credibilidade no mercado internacional", avalia o economista do Barclays em Nova York, Marcelo Salomon

O Barclays recentemente rebaixou a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2013 (Andrew Kelly/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2013 às 14h56.

Nova York - Existe um pessimismo enorme em relação ao Brasil no exterior e só um choque de credibilidade do governo da presidente Dilma Rousseff pode mudar essa percepção. "Com o rebaixamento da perspectiva do rating, o Brasil só está colhendo o que plantou", avalia o economista do Barclays em Nova York, Marcelo Salomon.

"O Brasil passa por uma erosão de credibilidade no mercado internacional", afirma o economista. Para Salomon, o governo precisa delinear um plano claro de voo em que se comprometa com austeridade fiscal.

Já houve uma mudança recente de postura pelo lado do Banco Central, ao aumentar os juros em 0,50 ponto em maio, sinalizando maior preocupação com o controle da inflação - sinalização também dada, na quinta-feira, 6, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "É uma carga muito grande deixar só o BC controlando a inflação", salientou.

Por isso, apenas a política monetária, avalia o economista, não é suficiente para restaurar a credibilidade perdida da economia brasileira. "O governo achou que poderia forçar o crescimento da economia brasileira e não conseguiu. Houve intervencionismo elevado."

Salomon destaca que o governo ficou alguns anos tratando mal o capital externo, aumentando a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Assim, seria complicado esperar que os fluxos voltem de uma hora para outra após a alíquota ser zerada esta semana, embora o Brasil sempre seja um destino para o investidor estrangeiro.


A mudança de perspectiva do rating, destaca o economista do Barclays, é negativa para o Brasil e sua imagem no exterior e pode adicionar uma pressão de venda para os ativos brasileiros, especialmente em um momento em que os investidores internacionais realocam suas carteiras diante da perspectiva de mudanças na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Além disso, o anúncio pode esquentar o debate político para as eleições presidenciais de 2014, que já foi antecipado em meio à alta da inflação e a corrosão do poder de compra das famílias.

O Barclays recentemente rebaixou a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2013. A previsão agora é de crescimento de 2,5%, ante 3% da estimativa inicial. Para a Selic, após a ata da quinta-feira, 6, o banco vê mais três altas dos juros este ano (duas de 0,50 ponto e uma de 0,25), com a taxa básica chegando a 9,25% em dezembro.

Enquanto o Brasil passa por um inferno astral, o economista do Barclays destaca que o México vem se beneficiando do atual cenário e ganhando a confiança dos investidores internacionais. "O governo mexicano tem diretriz, tem norte, está fazendo reformas, melhorando a produtividade", diz Salomon.

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Nova York - Existe um pessimismo enorme em relação ao Brasil no exterior e só um choque de credibilidade do governo da presidente Dilma Rousseff pode mudar essa percepção. "Com o rebaixamento da perspectiva do rating, o Brasil só está colhendo o que plantou", avalia o economista do Barclays em Nova York, Marcelo Salomon.

"O Brasil passa por uma erosão de credibilidade no mercado internacional", afirma o economista. Para Salomon, o governo precisa delinear um plano claro de voo em que se comprometa com austeridade fiscal.

Já houve uma mudança recente de postura pelo lado do Banco Central, ao aumentar os juros em 0,50 ponto em maio, sinalizando maior preocupação com o controle da inflação - sinalização também dada, na quinta-feira, 6, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "É uma carga muito grande deixar só o BC controlando a inflação", salientou.

Por isso, apenas a política monetária, avalia o economista, não é suficiente para restaurar a credibilidade perdida da economia brasileira. "O governo achou que poderia forçar o crescimento da economia brasileira e não conseguiu. Houve intervencionismo elevado."

Salomon destaca que o governo ficou alguns anos tratando mal o capital externo, aumentando a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Assim, seria complicado esperar que os fluxos voltem de uma hora para outra após a alíquota ser zerada esta semana, embora o Brasil sempre seja um destino para o investidor estrangeiro.


A mudança de perspectiva do rating, destaca o economista do Barclays, é negativa para o Brasil e sua imagem no exterior e pode adicionar uma pressão de venda para os ativos brasileiros, especialmente em um momento em que os investidores internacionais realocam suas carteiras diante da perspectiva de mudanças na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Além disso, o anúncio pode esquentar o debate político para as eleições presidenciais de 2014, que já foi antecipado em meio à alta da inflação e a corrosão do poder de compra das famílias.

O Barclays recentemente rebaixou a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2013. A previsão agora é de crescimento de 2,5%, ante 3% da estimativa inicial. Para a Selic, após a ata da quinta-feira, 6, o banco vê mais três altas dos juros este ano (duas de 0,50 ponto e uma de 0,25), com a taxa básica chegando a 9,25% em dezembro.

Enquanto o Brasil passa por um inferno astral, o economista do Barclays destaca que o México vem se beneficiando do atual cenário e ganhando a confiança dos investidores internacionais. "O governo mexicano tem diretriz, tem norte, está fazendo reformas, melhorando a produtividade", diz Salomon.

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