Economia

Brasil precisa de formas para atrair poupança, diz Meirelles

Na visão de Meirelles, o Brasil precisa desenvolver mecanismos para atrair poupança para ter fontes privadas de financiamento


	Henrique Meirelles: ele afirmou na cerimônia que o momento é de discutir medidas estruturais para redirecionar economia brasileira
 (Paulo Whitaker / Reuters)

Henrique Meirelles: ele afirmou na cerimônia que o momento é de discutir medidas estruturais para redirecionar economia brasileira (Paulo Whitaker / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 17h47.

Rio - Em cerimônia de transmissão de cargo da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 1, que criar um mercado de dívida de longo prazo no Brasil é fundamental. E, para ele, o papel do BNDES nesse sentido pode ser essencial.

Na visão de Meirelles, o Brasil precisa desenvolver mecanismos para atrair poupança para ter fontes privadas de financiamento.

A declaração ocorreu logo após discurso da nova presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques, na sede do BNDES, no Rio.

Meirelles disse que Maria Silvia pediu que ele comparecesse à cerimônia. "Quando Maria Silvia me pediu para vir aqui, foi para mostrar que estamos alinhados. Vamos trabalhar juntos, sim, vamos tirar o País desta recessão", disse.

Meirelles afirmou na cerimônia que o momento é de discutir medidas estruturais para redirecionar economia brasileira.

Ele citou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para colocar um teto para os gastos públicos, sem aumento real daqui para a frente, "fazendo com que a gente possa ter uma queda da dívida pública total", com queda na participação dos dispêndios públicos no Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo Meirelles, depois de anos de trajetória insustentável, é hora de a sociedade se confrontar com fatos. "Esse é o momento de discutir com a sociedade como mudar a trajetória", disse.

O ministro também avaliou que o problema do Brasil não é apenas ter carga tributária elevada, mas também complexidade dessa carga, com muita burocracia.

Meirelles afirmou que "temos possivelmente a mais intensa e profunda recessão da história do País". Ele, contudo, não fez comentários específicos sobre os dados do PIB, divulgados mais cedo.

Ele defendeu ainda a devolução de R$ 100 bilhões da dívida do BNDES com a União, medida anunciada na semana passada pela equipe econômica do presidente em exercício Michel Temer.

"Isso em nada prejudica, muito pelo contrário, ajuda a sanear as contas públicas e dá mais condições à economia de crescer", completou Meirelles.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasBNDESExecutivos brasileirosHenrique MeirellesPersonalidadesPoupança

Mais de Economia

Plano Real, 30 anos: Jorge Gerdau e o 'divisor de águas' no desenvolvimento do país

Após enchentes, atividade econômica no RS recua 9% em maio, estima Banco Central

Lula se reúne hoje com equipe econômica para discutir bloqueios no Orçamento deste ano

CCJ do Senado adia votação da PEC da autonomia financeira do BC

Mais na Exame