São Paulo - A liberação final do governo chinês para importações de milho brasileiro pode ter efeito imediato no comércio entre os dois países, mas os volumes embarcados devem ser inicialmente pequenos, principalmente por preços pouco convidativos, disseram representantes do setor.
"Do ponto de vista do que cabia ao governo brasileiro fazer, nossa tarefa está cumprida. Daqui para a frente é uma questão da relação comercial entre as empresas", disse à Reuters o diretor de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias do Ministério da Agricultura, Lino Colsera.
O milho do Brasil foi aprovado para importação a partir de 31 de março, disseram as autoridades chinesas de quarentena nesta terça-feira, em um comunicado em seu site.
O Ministério da Agricultura ainda não foi oficialmente notificado, mas isso é "natural", segundo Colsera.
Um protocolo entre os governos dos dois países já havia sido assinado em novembro, mas faltava a resolução de algumas questões envolvendo a certificação fitossanitária das empresas exportadoras.
"A experiência que a gente tem com a China é que ela começa pequeno, mas rapidamente evolui. Se não tiver nenhuma surpresa, se for embarcado produto bom, a gente tem grandes possibilidades de ser um grande fornecedor", disse o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.
A ressalva, no entanto, é a atratividade dos preços internacionais.
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1. Souza Cruz aposta no segmento premium
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1/10 (GENARO JONER)
São Paulo – A Souza Cruz encerrou 2010 como a mais lucrativa do setor de agronegócios, segundo o ranking de Melhores e Maiores de EXAME. Seu lucro líquido ajustado foi de 1,338 bilhão de reais. Ao divulgar seus números anuais, a empresa destacou o forte crescimento da receita no mercado premium de cigarros. A Souza Cruz também continuou diversificando suas fontes de faturamento, usando sua estrutura de distribuição para entregar produtos de parceiros nos pontos de venda que já atende.
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2. Yara mantém lucro, apesar de pressão do câmbio
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2/10 (LEOMAR JOSE MEES)
A Yara Fertilizantes registrou lucro líquido ajustado de 860,6 milhões de reais. A cifra a colocou como a segunda empresa mais lucrativa do agronegócio em 2010. No ano passado, o principal desafio da empresa foi atenuar a pressão do câmbio, que levou a uma queda de 13% na receita líquida. Para compensá-la, a empresa manteve o volume de vendas físicas e focou em insumos de maior valor agregado. Além disso, a melhoria dos preços internacionais de fertilizantes, no terceiro e quarto trimestres, ajudou a recuperar as margens.
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3. Suzano ganha com aumento de preços internacionais
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3/10 (Germano Lüders)
O terceiro maior lucro do setor de agronegócio coube à Suzano Papel e Celulose, com 791,1 milhões de reais. O reajuste da celulose no mercado mundial e do papel no mercado interno foi o principal fator que sustentou os resultados da companhia. A Suzano viu sua venda física de celulose recuar quase 10% no ano passado, em relação a 2009. Já as vendas de papel cresceram 3,7%.
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4. Cosan ganha com o câmbio
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4/10 (DIVULGACAO)
A Cosan apresentou lucro líquido ajustado de 768,8 milhões de reais, o que a colocou na quarta posição entre as mais rentáveis do agronegócio. A empresa atribuiu o resultado a quatro fatores: a elevação dos preços em todos os segmentos em que atua, o aumento do volume de produção e vendas, o efeito positivo do dólar sobre a empresa, e os ganhos gerados pelo Refis, o programa de refinanciamento fiscal do governo federal.
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5. Sadia fica em quinto lugar
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5/10 (DIVULGACAO)
Embora tenha se fundido com a Perdigão, a Sadia ainda figurou como a quinta mais rentável do ranking de Melhores e Maiores de EXAME, com lucro líquido ajustado de 708,8 milhões de reais. Quando se considera os valores em dólares, o lucro ficou em 425,4 milhões de dólares. Como o patrimônio líquido ajustado foi de 2,458 bilhões de dólares, a rentabilidade da empresa ficou em 16,5%.
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6. Klabin cresce no mercado interno
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6/10 (Marcelo Min)
A Klabin é na sexta empresa mais lucrativa do agronegócio brasileiro, com lucro líquido ajustado de 560,5 milhões de reais. A empresa foi impulsionada, entre outros fatores, pela expansão de 17% nas vendas no mercado interno, para 1,7 milhão de toneladas de papel cartão, revestido e outros. Já no mercado externo, o volume exportado permaneceu praticamente estável, com 554.000 toneladas. Além disso, a desvalorização do dólar frente ao real corroeu parte dos ganhos em reais, oriundos das exportações.
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7. Duratex aposta na melhoria da carteira de produtos
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7/10 (LEO CALDAS)
A Duratex encerrou 2010 com lucro líquido ajustado de 370,4 milhões de reais. A cifra a colocou como a sétima empresa mais rentável do setor de agronegócios. Para chegar lá, a empresa apostou na melhoria do mix de produtos, na recuperação dos preços e no aumento do volume de vendas.
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8. Fibria fica em oitavo lugar
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8/10 (GERMANO LUDERS)
Outra fabricante de papel e celulose integra a lista das empresas lucrativas do agronegócio. Trata-se da Fibria. Seu lucro líquido ajustado de 351,4 milhões de reais a coloca na oitava posição neste ranking. A Fibria conta com cinco fábricas, cuja capacidade atinge 5,25 milhões de toneladas de celulose por ano. A empresa também possui 50% de participação na Veracel, operação cuja sócia é a Stora Enso.
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9. Cenibra lidera crescimento no setor de papel e celulose
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9/10 (NELIO RODRIGUES)
A Cenibra é a nona empresa mais lucrativa do agronegócio. Em 2010, seus ganhos somaram 319,9 milhões de reais. A companhia também apresentou outro indicador de destaque – foi a que mais aumentou seu faturamento no ano: 45%, para 898 milhões de dólares. Controlada por um consórcio japonês liderado pela Oji Paper, a Cenibra tenta, agora, desengavetar o projeto de duplicação da capacidade produtiva. Orçado em 2 bilhões de dólares, o projeto foi suspenso há três anos, logo após sua aprovação, devido à eclosão da crise mundial.
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10. Case New Holland põe o setor de máquinas na lista
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10/10 (Germano Lüders)
Controlada pela italiana Fiat, a Case New Holland é a única representante do setor de máquinas agrícolas na lista das dez empresas mais lucrativas do agronegócio. No ano passado, a empresa gerou ganhos líquidos ajustados de 307,9 milhões de reais. Com isso, ficou na décima posição. No ano passado, suas vendas somaram 5,732 bilhões de reais, bem à frente da segunda colocada do setor, a Agrale, com 735,3 milhões.
Na estimativa de Mendes, os preços internacionais do milho --e por consequência o que é pago no porto-- precisam ser no mínimo metade do pago pela soja.
"Precisa um preço elevado para poder pagar o custo de logística (até o porto)", disse Mendes.
Uma saca de soja é negociada atualmente no porto de Paranaguá a cerca de 72 reais, segundo o Indicador Cepea/BM&FBovespa, enquanto o indicador Cepea para o milho está em cerca de 31 reais por saca.
Numa relação semelhante, a soja em Chicago fechou em 14,8 dólares por bushel nesta terça, contra 5 dólares para o milho.
"Supondo que tenha um nível de preços razoável, pode estar certo que o Brasil vira um exportador importante", disse Sérgio Mendes. "As empresas grandes punham muita fé nesse acordo com a China." O Brasil deverá figurar na temporada 2013/14 entre os grandes exportadores de milho do mundo, mas ficará distante do posto de maior exportador global registrado na safra 2012/13, quando exportou 25 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Em 12/13, o Brasil só alcançou essa condição por conta da quebra de safra nos EUA, que são tradicionalmente os maiores exportadores globais.
Para 13/14, o USDA projeta exportações do Brasil de 20 milhões de toneladas, contra mais de 40 milhões de toneladas dos embarques dos EUA, que tiveram uma grande safra.
Na temporada passada (2012/13), o Brasil teve uma colheita recorde de milho acima de 80 milhões de toneladas, que foi suficiente para ocupar parte do mercado deixado pelos EUA. Em 13/14, o USDA estima a safra do Brasil em 70 milhões de toneladas.