Economia

Brasil perdeu 11 mil super-ricos em 2014, dizem consultorias

América Latina foi a única região do mundo com queda na população de super-ricos e na riqueza acumulada, segundo Capgemini e RBC Wealth Management


	Comércio de luxo em São Paulo
 (Daniela Toviansky/EXAME.com)

Comércio de luxo em São Paulo (Daniela Toviansky/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 24 de junho de 2015 às 16h12.

São Paulo - O Brasil perdeu 11 mil super ricos entre 2013 e 2014, de acordo com o último relatório de riqueza global das consultorias Capgemini e RBC Wealth Management.

São definidos como super-ricos aqueles que tem US$ 1 milhão em ativos investíveis, excluindo a residência principal e itens de coleção ou de consumo durável.

O número de indivíduos brasileiros nessa categoria caiu 6,4% entre 2013 e 2014, de 172 mil para 161 mil, enquanto a riqueza total deles caiu 1,4%. 

"A queda nos preços de commodities, o ritmo lento de reformas pelo governo reeleito e um escândalo de corrupção na estatal de energia derrubaram os mercados de equity em 17,4%", explica o relatório.

O resultado ruim do Brasil, responsável por metade da riqueza da América Latina, fez com que a região fosse a única do mundo onde caiu tanto o número de super-ricos (-2,1%) quanto sua riqueza total (-0,5%) em 2014. 

Outros países importantes que também tiveram queda no número de super-ricos foram México (-4%) e Rússia (-3%). No mundo, o crescimento foi de 6,7% nessa população e de 7,2% na riqueza total, a segunda pior taxa dos últimos 5 anos.

Os ultra-ricos, aqueles com mais de US$ 30 milhões, foram os que mais puxaram o crescimento - o que sugere uma concentração de renda no topo do topo.

A Ásia-Pacífico passou a América do Norte e se tornou a região com maior concentração de super-ricos: 4,69 milhões, com crescimentos expressivos na China e na Índia.

Um relatório recente do Boston Consulting Group aponta que a Ásia-Pacífico (excluindo Japão) já ultrapassou a Europa e deve superar a América do Norte como região mais rica do mundo até 2019. 

A Economist Intelligence Unit prevê um mundo radicalmente diferente em 2050, com mudança no ranking das maiores economias e um maior protagonismo da Ásia.

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