Economia

Brasil perde quase 21 mil empregos formais em 2017, mostra Caged

Em dezembro, houve o fechamento líquido de 328.539 postos, apontou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Emprego: dado de dezembro veio melhor que a perda de 411 mil empregos projetada por analistas em pesquisa Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

Emprego: dado de dezembro veio melhor que a perda de 411 mil empregos projetada por analistas em pesquisa Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 10h10.

Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 10h44.

Brasília - O Brasil perdeu 20.832 postos de trabalho em 2017, terceiro ano seguido no vermelho apesar do início da recuperação econômica e da vigência das flexibilizações trabalhistas defendidas pelo governo para impulsionar o número de vagas.

Em dezembro, houve o fechamento líquido de 328.539 postos, apontou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira.

O resultado no mês veio melhor que a perda de 411 mil empregos projetada por analistas em pesquisa da Reuters, e também representou a melhor marca para dezembro, que é tradicionalmente negativo, desde 2007 (-319.414 postos).

Houve criação líquida de 2.574 vagas de trabalho intermitente no último mês do ano, sob os efeitos da reforma trabalhista.

Ao propô-la, o governo do presidente Michel Temer defendeu que as flexibilizações legislativas ajudariam na retomada do emprego. No ano, esse saldo foi de 5.641 postos, considerando a vigência da reforma a partir de novembro.

Apesar de seguir no campo negativo, o fechamento de vagas formais em 2017 representou forte melhoria sobre o ano anterior, quando foram encerrados 1,327 milhão de empregos, e sobre 2015, quando o saldo ficou no vermelho em 1,535 milhão de vagas, na série com ajustes.

O desempenho no ano passado foi influenciado principalmente pelo fechamento líquido de 103.968 vagas na construção civil e de 19.900 na indústria da transformação.

Ficaram no azul, por outro lado, o comércio (+40.087), a agropecuária (+37.004) e o setor de serviços (+36.945).

De maneira geral, o mercado de trabalho tende a responder de maneira tardia ao ciclo econômico, tanto em momentos de desaceleração quanto de recuperação. O ministério do Trabalho trabalhava com a perspectiva de encerrar o ano próximo do zero a zero.

"Para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando", afirmou em nota o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura.

Nos três meses encerrados em novembro, a taxa de desemprego caiu a 12,0 por cento, segundo dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo patamar registrado no fim de 2016, porém refletindo ainda o aumento da informalidade.

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