Brasil faz embarque incomum de milho para os EUA
Um navio contratado pela multinacional Bunge parte do porto de Itacoatiara, no rio Amazonas, carregado com 54 mil toneladas de milho para os Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 16h25.
São Paulo - Um navio contratado pela multinacional Bunge parte, nesta segunda-feira, do porto de Itacoatiara, no rio Amazonas, carregado com 54 mil toneladas de milho para os Estados Unidos , segundo dados de três agências marítimas, em um movimento que destaca a competitividade do produto brasileiro em meio à desvalorização do real.
A exportação é inusitada, uma vez que os EUA são o maior produtor e exportador mundial e estão em plena colheita do cereal.
A carga de milho foi originada no Mato Grosso, seguiu de caminhão até Porto Velho (RO), onde foi colocada em barcaças que seguiram até o porto no Amazonas, que recebe navios de grande porte, disse o funcionário de uma agência marítima do Norte do país, que pediu para não ser identificado.
O destino da carga é o porto de Wilmington, na Carolina do Norte, disse a fonte.
A Bunge não comentou imediatamente.
Dados da agência Williams mostram que outros dois embarques para os EUA, de 50 mil e 29 mil toneladas de milho, haviam sido feitos pelo Brasil em agosto e setembro, respectivamente. Levantamento da consultoria AGR Brasil, de Chicago, mostra que os preços praticados nos portos do Brasil (FOB) têm sido mais baixos que os dos portos norte-americanos nas últimas semanas.
Na sexta-feira, por exemplo, a tonelada de milho FOB nos EUA ficou em 182,28 dólares, ante 169,29 dólares nos portos do Brasil. A diferença, de cerca de 13 dólares, compensaria o custo de frete marítimo e os prêmios cobrados no mercado local norte-americano, em alguns casos.
"A disparidade de preços está tal que mesmo no meio da segunda maior colheita na história do país, os EUA estão comprando milho do Brasil", disse o diretor da AGR Brasil, Pedro Dejneka, ressaltando que a desvalorização do real frente o dólar tem tornado os grãos brasileiros muito competitivos.
A colheita de milho dos Estados Unidos, projetada em 344 milhões de toneladas, já está 74 por cento concluída, segundo analistas.
Poucos meses atrás, o Brasil concluiu a colheita de uma safra recorde de 85,45 milhões de toneladas.
"O milho está indo para produtores de ração nas Carolinas (do Norte e do Sul). Principalmente para abastecer criadores de suínos... Certamente é o resultado do atual nível da moeda brasileira", disse o operador sênior Mark Beemer, ex-presidente da Aventine Renewable Energy, dos EUA, em entrevista recente em São Paulo.
Para o corretor Joseph Harroun, da Advance Trading, de Illinois, os Estados Unidos vão importar milho do Brasil para produção de ração "até fevereiro".
Em todo o ano de 2014, os EUA importaram apenas 1,9 mil toneladas de milho do Brasil, segundo dados do governo.
São Paulo - Um navio contratado pela multinacional Bunge parte, nesta segunda-feira, do porto de Itacoatiara, no rio Amazonas, carregado com 54 mil toneladas de milho para os Estados Unidos , segundo dados de três agências marítimas, em um movimento que destaca a competitividade do produto brasileiro em meio à desvalorização do real.
A exportação é inusitada, uma vez que os EUA são o maior produtor e exportador mundial e estão em plena colheita do cereal.
A carga de milho foi originada no Mato Grosso, seguiu de caminhão até Porto Velho (RO), onde foi colocada em barcaças que seguiram até o porto no Amazonas, que recebe navios de grande porte, disse o funcionário de uma agência marítima do Norte do país, que pediu para não ser identificado.
O destino da carga é o porto de Wilmington, na Carolina do Norte, disse a fonte.
A Bunge não comentou imediatamente.
Dados da agência Williams mostram que outros dois embarques para os EUA, de 50 mil e 29 mil toneladas de milho, haviam sido feitos pelo Brasil em agosto e setembro, respectivamente. Levantamento da consultoria AGR Brasil, de Chicago, mostra que os preços praticados nos portos do Brasil (FOB) têm sido mais baixos que os dos portos norte-americanos nas últimas semanas.
Na sexta-feira, por exemplo, a tonelada de milho FOB nos EUA ficou em 182,28 dólares, ante 169,29 dólares nos portos do Brasil. A diferença, de cerca de 13 dólares, compensaria o custo de frete marítimo e os prêmios cobrados no mercado local norte-americano, em alguns casos.
"A disparidade de preços está tal que mesmo no meio da segunda maior colheita na história do país, os EUA estão comprando milho do Brasil", disse o diretor da AGR Brasil, Pedro Dejneka, ressaltando que a desvalorização do real frente o dólar tem tornado os grãos brasileiros muito competitivos.
A colheita de milho dos Estados Unidos, projetada em 344 milhões de toneladas, já está 74 por cento concluída, segundo analistas.
Poucos meses atrás, o Brasil concluiu a colheita de uma safra recorde de 85,45 milhões de toneladas.
"O milho está indo para produtores de ração nas Carolinas (do Norte e do Sul). Principalmente para abastecer criadores de suínos... Certamente é o resultado do atual nível da moeda brasileira", disse o operador sênior Mark Beemer, ex-presidente da Aventine Renewable Energy, dos EUA, em entrevista recente em São Paulo.
Para o corretor Joseph Harroun, da Advance Trading, de Illinois, os Estados Unidos vão importar milho do Brasil para produção de ração "até fevereiro".
Em todo o ano de 2014, os EUA importaram apenas 1,9 mil toneladas de milho do Brasil, segundo dados do governo.