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Brasil está preparado para situação mais difícil, diz BC

Segundo Tombini, devido à ação do governo em 2008, o Brasil dispõe de "um conjunto de instrumentos mais fortalecidos"

Tombini: "A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante, que flutua para os dois lados" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2011 às 12h02.

São Paulo - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ressaltou hoje que o Brasil está preparado para uma eventual "situação mais difícil" decorrente da crise econômica mundial. "A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante, que flutua para os dois lados", destacou. Segundo ele, devido à ação do governo em 2008, com várias políticas anticíclicas para mitigar os efeitos da recessão global no País, o Brasil dispõe de "um conjunto de instrumentos mais fortalecidos".

"Atingimos US$ 350 bilhões de reservas internacionais. Os bancos (comerciais) têm no BC R$ 170 bilhões em depósitos compulsórios a mais do que antes da crise", destacou Tombini. Segundo ele, o Brasil possui carteiras de crédito menos arriscadas do que no final de 2010 devido às medidas prudenciais que o BC adotou, várias delas com o foco de tornar mais razoável a expansão do crédito do País. Ele citou, por exemplo, o caso de redução de prazos de financiamentos para a venda de produtos a consumidores.

Tombini afirmou que o Brasil também fez o "dever de casa" na busca da estabilidade de preços. "O Banco Central persegue a meta de 4,5% de inflação em 2012", destacou, frase que está ressaltando constantemente em todos os seus pronunciamentos recentes.

Tombini destacou ainda que a inflação está perdendo força no Brasil, sendo que em junho e julho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu altas de 0,15% e 0,16%, respectivamente. Em maio, o índice registrou avanço de 0,47%.

Ele ressaltou novamente que de setembro deste ano a abril do ano que vem a inflação deve cair dois pontos porcentuais, de acordo com projeções de economistas de mercado. "A política creditícia e fiscal também colaboram para a convergência da inflação (à meta)", disse.

Basileia

O presidente do BC disse que a estabilidade econômica mundial nunca foi tão importante quanto nos últimos anos. Ele ressaltou que o acordo de Basileia 3 foi adotado com "lições" da crise financeira iniciada em 2007 e que o Brasil está avançado em várias tarefas relativas à implementação do acordo. "O BC tem se antecipado em vários pontos", destacou Tombini, citando entre esses progressos as questões sobre normas relativas a operações de derivativos.


Tombini afirmou que o atual estágio da crise econômica internacional é uma "segunda etapa da crise financeira", surgida em agosto de 2007, e que, portanto, completa hoje quatro anos. "É uma decorrência fiscal dos impactos daquela crise", comentou na abertura do sexto Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, realizado pela autoridade monetária na capital paulista.

Embora tenha destacado que a crise atual não é tão intensa quanto ao momento de agudização, deflagrado em setembro de 2008, após a falência do banco Lehman Brothers, Tombini afirmou que a economia global ainda não se recuperou daquela crise.

"A situação fiscal desses países é testada pelos mercados", comentou Tombini, referindo-se às dificuldades registradas pelas economias dos EUA e Europa. "O ajuste crível das contas públicas exige tempo e não ocorre da noite para o dia", contrapôs. De acordo com o presidente do BC, na trajetória de recuperação da economia mundial, podem ocorrer sobressaltos.

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São Paulo - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ressaltou hoje que o Brasil está preparado para uma eventual "situação mais difícil" decorrente da crise econômica mundial. "A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante, que flutua para os dois lados", destacou. Segundo ele, devido à ação do governo em 2008, com várias políticas anticíclicas para mitigar os efeitos da recessão global no País, o Brasil dispõe de "um conjunto de instrumentos mais fortalecidos".

"Atingimos US$ 350 bilhões de reservas internacionais. Os bancos (comerciais) têm no BC R$ 170 bilhões em depósitos compulsórios a mais do que antes da crise", destacou Tombini. Segundo ele, o Brasil possui carteiras de crédito menos arriscadas do que no final de 2010 devido às medidas prudenciais que o BC adotou, várias delas com o foco de tornar mais razoável a expansão do crédito do País. Ele citou, por exemplo, o caso de redução de prazos de financiamentos para a venda de produtos a consumidores.

Tombini afirmou que o Brasil também fez o "dever de casa" na busca da estabilidade de preços. "O Banco Central persegue a meta de 4,5% de inflação em 2012", destacou, frase que está ressaltando constantemente em todos os seus pronunciamentos recentes.

Tombini destacou ainda que a inflação está perdendo força no Brasil, sendo que em junho e julho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu altas de 0,15% e 0,16%, respectivamente. Em maio, o índice registrou avanço de 0,47%.

Ele ressaltou novamente que de setembro deste ano a abril do ano que vem a inflação deve cair dois pontos porcentuais, de acordo com projeções de economistas de mercado. "A política creditícia e fiscal também colaboram para a convergência da inflação (à meta)", disse.

Basileia

O presidente do BC disse que a estabilidade econômica mundial nunca foi tão importante quanto nos últimos anos. Ele ressaltou que o acordo de Basileia 3 foi adotado com "lições" da crise financeira iniciada em 2007 e que o Brasil está avançado em várias tarefas relativas à implementação do acordo. "O BC tem se antecipado em vários pontos", destacou Tombini, citando entre esses progressos as questões sobre normas relativas a operações de derivativos.


Tombini afirmou que o atual estágio da crise econômica internacional é uma "segunda etapa da crise financeira", surgida em agosto de 2007, e que, portanto, completa hoje quatro anos. "É uma decorrência fiscal dos impactos daquela crise", comentou na abertura do sexto Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, realizado pela autoridade monetária na capital paulista.

Embora tenha destacado que a crise atual não é tão intensa quanto ao momento de agudização, deflagrado em setembro de 2008, após a falência do banco Lehman Brothers, Tombini afirmou que a economia global ainda não se recuperou daquela crise.

"A situação fiscal desses países é testada pelos mercados", comentou Tombini, referindo-se às dificuldades registradas pelas economias dos EUA e Europa. "O ajuste crível das contas públicas exige tempo e não ocorre da noite para o dia", contrapôs. De acordo com o presidente do BC, na trajetória de recuperação da economia mundial, podem ocorrer sobressaltos.

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