Economia

Brasil era Belíndia e virou Italordânia, diz The Economist

Em 1974, economista disse que o país era uma Bélgica cercada de Índia; para revista britânica, país de hoje lembra mais uma mistura da Itália com a Jordânia

Visão aérea do Horto Florestal e do bairro Mata Escura, em Salvador (Reprodução Google Earth)

Visão aérea do Horto Florestal e do bairro Mata Escura, em Salvador (Reprodução Google Earth)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de junho de 2014 às 15h43.

São Paulo - O termo "Belíndia", criado em 1974 pelo economista Edmar Bacha, pretendia ilustrar o nível de desigualdade da economia brasileira.</p>

Seríamos uma pequena Bélgica (muito rica) cercada de uma Índia (muito pobre) por todos os lados.

Uma reportagem na última edição da The Economist, lançada neste final de semana, recupera a alegoria para falar sobre as mudanças do país nas últimas quatro décadas.

De acordo com a a revista britânica, o Brasil de hoje lembra mais uma "Italordânia": em estados como o Distrito Federal, o PIB per capita é menor que o belga mas equivalente ao da Itália, enquanto outros tem renda próxima da Jordânia.

"A renda real per capita do Maranhão cresceu seis vezes nestas décadas. A do Piauí, mais de sete vezes", diz o texto.

Ou seja: atualmente, nem nossos estados mais ricos são tão ricos quanto a Bélgica, mas nem nossos estados mais pobres são tão pobres quanto a Índia.

Todos ficam em algum ponto nesse intervalo, com rendas comparáveis à Angola, Polônia e Venezuela, entre outros.

Na época da Copa de 1950, por exemplo, a então capital Rio de Janeiro tinha o nível de prosperidade do Peru. Atualmente, alcançou a Estônia.

A revista lembra que apesar do progresso, há exemplos ainda mais formidáveis. Em 1950, a Coreia do Sul era mais pobre que o Brasil e estava à beira de uma guerra civil. Hoje, o país tem um PIB per capita duas vezes maior que o nosso - além de ser muito mais igualitário.

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