Brasil tem que decidir se aceita cotas para enviar aço aos EUA, diz S&P
A proposta americana seria criar cota de 70% para aço acabado e 100% para aço semiacabado com base no volume médio exportado nos últimos 3 anos
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de abril de 2018 às 16h44.
Última atualização em 27 de abril de 2018 às 19h40.
São Paulo - Os produtores de aço brasileiros precisam decidir nesta sexta-feira (27) se aceitam as cotas de exportação propostas pelos Estados Unidos , de acordo com fontes ouvidas pela Standard & Poor's.
No seu boletim diário S&P Global Platts, a agência deu detalhes sobre um encontro da Aço Brasil realizado na noite de quinta-feira (26).
A proposta americana seria de limitar a importação de aço acabado brasileiro ao equivalente de 70% do volume médio dos últimos 3 anos. No caso do aço semi-acabado, a cota seria de 100%.
De acordo com a agência, o período entre 2015 e 2017 teve uma média anual de exportação de 959.329 megatoneladas de aço acabado e de 3,5 milhões de aço semi-acabado.
Não está claro se qualquer exportação extra seria simplesmente barrada ou se estaria a partir daí sujeita à tarifa extra de 25%, anunciada no início de março e efetivada no dia 23 de março.
Brasil, UE, México, Canadá e outros ficaram isentos em um primeiro momento enquanto negociavam novas condições. Mas o prazo acaba na terça-feira (01).
O diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, disse ontem (26) para a rede de televisão CNBC que a isenção só seria mantida para parceiros que fizessem concessões.
Antes do encontro descrito pela S&P, exportadores estavam confiantes que o aço semiacabado ficaria de fora das restrições.
Este tipo de produto responde por 80% das exportações brasileiras de aço e serve como insumo de indústrias americanas.
Economistas apontam que estas indústrias serão prejudicadas pelas novas restrições e que a alta de custo pode acabar batendo no consumidor americano.