Acompanhe:

Brasil é contra sistema próprio de pagamentos no Brics, como pede a Rússia

Segundo secretário da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, o sistema Swift tem falhas, mas qualquer ajuste precisa ser feito no âmbito global

Modo escuro

Continua após a publicidade
Brics: Outro pedido de Moscou, feito diretamente ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana, foi o apoio do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20. (Siphiwe Sibeko/Reuters)

Brics: Outro pedido de Moscou, feito diretamente ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana, foi o apoio do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20. (Siphiwe Sibeko/Reuters)

A
Agência O Globo

Publicado em 14 de abril de 2022 às, 19h30.

O pedido feito pelo ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, na última sexta-feira, pela ampliação do uso de moedas nacionais e a integração dos sistemas de pagamentos entre os membros do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não conta com o apoio do Brasil.

De acordo com o secretário de assuntos econômicos internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, embora o governo brasileiro concorde que existem problemas, qualquer mudança ou ajuste deve ocorrer no âmbito multilateral. Ou seja,não há como cada país, ou cada grupo de países, desenhar suas próprias soluções.

Alvo de sanções econômicas adotadas por vários países, com destaque para os Estados Unidos e os integrantes da União Europeia, a Rússia está praticamente isolada no sistema financeiro internacional. Como consequência da invasão da Ucrânia ordenada pelo presidente Vladimir Putin, as reservas em ouro e moedas estrangeiras do país despencaram e os maiores bancos russos perderam acesso ao sistema bancário financeiro global Swift.

— O sistema Swift não tem a agilidade que a gente precisa. O pagamento leva dois a três dias para chegar à conta. O processo é burocrático, caro, demorado e não é compatível com as demans da economia de hoje. A gente faz PIX e é instantâneo. Faz sentido uma discussão sobre uma nova plataforma. Mas o Brasil entende que isso e deveria ser feito no âmbito multilateral — disse Gomes.

Outro pedido de Moscou, feito diretamente ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana, foi o apoio do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20. Segundo o documento, redigido pelo ministro das Finanças da Rússia, ao qual O GLOBO teve acesso, a ideia é evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais.

"Supomos que agora, mais do que nunca, é crucial preservar um clima de trabalho construtivo e a capacidade de promover o diálogo no FMI, no Banco Mundial e no G20”, diz um trecho da carta.

Guedes participará em Washington, nos próximos dias, de reuniões com autoridades de países que fazem parte desses três fóruns. Segundo fontes da área econômica do governo, o Brasil defende o princípio de que "não se destruir pontes" — que, no campo econômico-financeiro, são os organismos internacionais.

"Essas pontes têm que ser preservadas", disse esse interlocutor, afirmando que fóruns como o FMI, o G-20 e outros fóruns multilaterais são essenciais para o diálogo neste momento de estresse na economia mundial.

Não está claro sobre como Paulo Guedes vai se posicionar em relação ao pedido de Moscou em Washington. A expectativa é que o ministro defenda o diálogo como solução para a guerra na Ucrânia e critique as sanções, como têm feito membros do governo brasileiro.

LEIA TAMBÉM

Últimas Notícias

Ver mais
Rússia impõe na ONU fim do sistema de controle de sanções à Coreia do Norte
Mundo

Rússia impõe na ONU fim do sistema de controle de sanções à Coreia do Norte

Há 12 horas

Rússia diz ter provas de vínculos de autores de atentado com Ucrânia; Kiev nega participação
Mundo

Rússia diz ter provas de vínculos de autores de atentado com Ucrânia; Kiev nega participação

Há 15 horas

O que o Brasil pode esperar com o novo CEO da Câmara de Comércio Brasil-Reino Unido?
seloCarreira

O que o Brasil pode esperar com o novo CEO da Câmara de Comércio Brasil-Reino Unido?

Há 16 horas

Bombardeios russos transformam vilarejo ucraniano em um 'inferno'
Mundo

Bombardeios russos transformam vilarejo ucraniano em um 'inferno'

Há 20 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais