Economia

Juros sobem para aumentar abrangência do Plano Safra, diz secretário

O plano terá 222,74 bilhões de reais para crédito à agricultura empresarial e familiar, alta de 0,28% ante o plano anterior

Bolsonaro: presidente fez discurso durante o evento de lançamento do Plano Safra 2019/20 (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro: presidente fez discurso durante o evento de lançamento do Plano Safra 2019/20 (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

R

Reuters

Publicado em 18 de junho de 2019 às 13h58.

Última atualização em 18 de junho de 2019 às 14h45.

Brasília - O governo federal aumentou os juros do Plano Safra 2019/20 para parte dos produtores, diante da forte demanda verificada no ano programa anterior, afirmou nesta terça-feira o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio.

Segundo ele, o governo ainda optou por elevar as taxas de algumas linhas visando aumentar a abrangência do plano, que ainda tem 10 bilhões de reais do Tesouro para permitir juros mais baixos que os de mercado para boa parte dos agricultores.

No Plano Safra 2019/20, anunciado nesta terça-feira, o governo aumentou os juros para 8% ao ano para financiamentos a grandes produtores, na comparação com o patamar de 7% visto no programa 2018/19, e elevou de 2,5% para 3% ao ano o piso dos juros para pequenos agricultores.

As taxas para financiamento de custeio, comercialização e industrialização para os médios produtores foram mantidas em 6% ao ano, na comparação com o plano anterior.

Já os programas de investimento terão juros variando de 3% a 10,5% ao ano.

"No ano passado, ela (taxa) ficou meio baixa, o dinheiro acabou todo", afirmou Sampaio a jornalistas, explicando que o governo optou, diante de um cenário de aperto fiscal, em praticamente manter o montante de recurso, mas elevar um pouco os juros de algumas linhas.

O plano terá 222,74 bilhões de reais para crédito à agricultura empresarial e familiar, alta de 0,28% ante o plano anterior.

O secretário destacou que o governo optou por taxas mais altas em algumas categorias buscando beneficiar um maior número de produtores.

"Então foi feita a opção: se eu mantiver a taxa de juros, eu vou ter xis bilhões. Se eu mexer um pouquinho nesses juros, eu alavanco muito mais."

O aumento nos juros em algumas linhas ocorreu apesar de a taxa básica de juros (Selic) estar estável desde março de 2018, em 6,5% ao ano.

Presidente Bolsonaro

Durante discurso no evento de lançamento do Plano Safra 2019/20, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a atuação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Jorge Seif.

Bolsonaro disse também que o Plano Safra foi uma construção que "passou por muita gente", e que fica "muito feliz" de estar à frente de um governo em que "todos se falam entre si". "Aqui não há briga política, há briga apenas para que cada um possa melhor servir o seu Brasil", afirmou o presidente nesta terça-feira, 18.

Armas

Bolsonaro também fez no evento um apelo aos parlamentares para que não derrubem o decreto de armas do governo, que flexibiliza o porte e a posse de armas no Brasil. "Não deixem esse decreto morrer", disse.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaJair BolsonaroMinistério da Agricultura e PecuáriaTereza Cristina

Mais de Economia

Empresas podem regularizar divergências em PIS e Cofins até novembro

Governo vai aplicar imposto de 15% sobre lucro de multinacionais

BC gasta até R$ 50 milhões ao ano para manter sistema do Pix, diz Campos Neto

Governo edita MP que alonga prazo de dedução de bancos e deve gerar R$ 16 bi de arrecadação em 2025