Bolsonaro e Trump em encontro realizado em março deste ano (Carlos Barria/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 18h14.
Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 20h27.
São Paulo - O governo de Donald Trump desistiu de aplicar novas tarifas sobre o aço brasileiro, disse Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (20).
A notícia foi dada pelo presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do chanceler Ernesto Araújo e de Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República.
Bolsonaro disse que recebeu uma ligação de cerca de 15 minutos do presidente americano nesta tarde e que após a conversa "ele se convenceu dos meus argumentos".
Trump publicou logo em seguida que teve uma ótima conversa com Bolsonaro na qual várias questões foram discutidas, inclusive comércio.
Ele afirmou que a relação entre os dois países nunca foi tão forte, mas não mencionou as tarifas.
Just had a great call with the President of Brazil, @JairBolsonaro. We discussed many subjects including Trade. The relationship between the United States and Brazil has never been Stronger!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 20, 2019
Quando estive no Pânico, há 14 dias, afirmei que, sob a liderança do Presidente @jairbolsonaro, resolveríamos ainda em dezembro a situação do aço e do alumínio brasileiros nos EUA. Hoje, após conversa entre os presidentes dos dois países, o problema foi resolvido. Grande dia! 👊🏻
— Filipe G. Martins (@filgmartin) December 20, 2019
No início do mês, o presidente americano acusou Brasil e Argentina de influenciarem propositalmente suas taxas de câmbio, causando “uma desvalorização maciça de suas moedas”, e disse que taxaria a importação de aço e alumínio dos países.
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio para os Estados Unidos. Apesar de ter dito que a medida entraria em vigor imediatamente, as tarifas ainda não chegaram a ser efetivadas.
Há quem diga que a medida de Trump foi uma resposta ao acordo anunciado no meio do ano entre Mercosul e União Europeia. Os dois países latino-americanos também se tornaram recentemente fornecedores alternativos de soja e outros produtos agrícolas para a China, conquistando participação de mercado dos eleitores rurais dos EUA.