Economia

Bolsonaro diz nunca ter cogitado volta da CPMF e aumento de impostos

Declaração foi feita após o economista de sua campanha ter aventado a possibilidade de recriar o contribuição em substituição a outros tributos

Bolsonaro usou novamente o Twitter na manhã desta sexta-feira, 21, para se posicionar contra a CPMF (Antonio Milena/VEJA)

Bolsonaro usou novamente o Twitter na manhã desta sexta-feira, 21, para se posicionar contra a CPMF (Antonio Milena/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 09h32.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 09h33.

São Paulo - O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, usou novamente o Twitter na manhã desta sexta-feira, 21, para se posicionar contra a CPMF, depois que o economista de sua campanha, Paulo Guedes, ter aventado a possibilidade de recriar o contribuição em substituição a outros tributos. Na rede social, Bolsonaro lembrou ter votado pela revogação da CPMF e, inclusive, fixou o tuíte na sua página.

"Votei pela revogação da CPMF na Câmara dos Deputados e nunca cogitei sua volta. Nossa equipe econômica sempre descartou qualquer aumento de impostos. Quem espalha isso é mentiroso e irresponsável. Livre mercado e menos impostos é o meu lema na economia!", escreveu o capitão reformado, internado desde o último dia 7 no Hospital Albert Einstein em função da facada que levou na região do abdômen durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro.

Bolsonaro vem usando as redes sociais praticamente todos os dias para falar sobre o tema, desde que o assunto veio à tona, nesta semana, quando Paulo Guedes participou de um encontro promovido pela GPS Investimentos. Ao falar ao jornal O Estado de S. Paulo, um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro, afirmou que a palavra final na campanha é de seu pai. "Ele é o presidente (sic), mais ninguém", frisou Flávio, que é deputado estadual e concorre ao Senado também pelo PSL. O parlamentar disse ainda que o candidato ao Planalto "jamais iria autorizar (Guedes) a falar na imprensa de CPMF". "A palavra final é do meu pai, sempre", afirmou.

A reação do candidato a presidente e as afirmações de Flávio colocam em dúvida o discurso econômico do presidenciável. Até então, Bolsonaro dizia nada entender de economia e delegava o assunto a Guedes, a quem chamava de "Posto Ipiranga", em alusão a uma campanha de publicidade. Agora, o presidenciável mostrou que vai, sim, intervir em assuntos econômicos.

Em meio a esse imbróglio, Guedes já cancelou a participação em três eventos.

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