Presidente Jair Bolsonaro. (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 12h18.
Última atualização em 20 de outubro de 2021 às 17h06.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira que pretende pagar R$ 400 como benefício médio do Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família. Bolsonaro disse, no entanto, que "ninguém vai furar teto" ou nem fazer "nenhuma estripulia com o Orçamento".
— Ontem nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração ao antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxílio Brasil, de 400 reais — disse Bolsonaro, durante evento em Russas (CE).
Bolsonaro disse que tem a "responsabilidade" de fazer com que os recursos venham do Orçamento, mas que seria "injusto" manter o valor atual do Bolsa Família, que paga em média R$ 192 por família:
— Temos a responsabilidade de fazer com que esses recursos venham do próprio Orçamento da União. Ninguém vai furar teto, ninguém vai fazer nenhuma estripulia com o Orçamento. Mas seria extremamente injusto deixar aproximadamente 17 milhões de pessoas com um valor tão pouco do Bolsa Família.
Na terça-feira, o governo federal organizou e depois suspendeu a realização de um evento que marcaria o lançamento do programa social.
Integrantes do Ministério da Economia preveem uma despesa de cerca de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos no próximo ano para bancar o benefício de R$ 400 ao longo de 2022, ano em que Bolsonaro irá disputar a reeleição.
Agora, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta convencer integrantes da ala política do governo e o Congresso a manter essa despesa fora do teto em R$ 30 bilhões.
Esse limite seria colocado na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que revisa o pagamento de precatórios (despesas decorrentes de decisões judiciais). Isso impediria que o Auxílio Brasil subisse mais, para R$ 500 ou até R$ 600.