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Bolívia registra 1º déficit comercial com Brasil em 15 anos

O IBCE afirma em comunicado que o valor das importações bolivianas do Brasil superou o das vendas a esse país em quase US$ 14 milhões até junho

Bolívia: o número das exportações bolivianas entre janeiro e junho somou US$ 3,383 bi, enquanto as importações chegaram a US$ 4,002 bi (GettyImages/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2016 às 11h04.

La Paz - A Bolívia registrou no primeiro semestre de 2016 seu primeiro déficit comercial com o Brasil após 15 anos de uma balança com saldos positivos, causado pela queda do preço de gás natural exportado a esse mercado, informou nesta terça-feira o Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE).

Com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o IBCE, uma entidade privada que assessora os exportadores, afirma em comunicado que o valor das importações bolivianas do Brasil superou o das vendas a esse país em quase US$ 14 milhões até junho.

Segundo os dados do INE, as exportações da Bolívia no primeiro semestre ao mercado brasileiro somaram US$ 715,9 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 729,5 milhões.

Entre janeiro e junho de 2015, as vendas bolivianas ao Brasil alcançaram US$ 1,34 bilhão e as importações desde esse país foram de US$ 784,9 milhões, com um saldo comercial de US$ 562 milhões favorável à nação andina.

Em declarações à Agência Efe, o gerente geral do IBCE, Gary Rodríguez, lamentou que trata-se do primeiro déficit comercial com o Brasil em 15 anos incluindo o registro da venda de gás.

"Sempre dissemos que se 'desgasificamos' a relação, teríamos permanentemente um déficit. Hoje dia nem com o gás estamos conseguindo pagar o que importamos", afirmou Rodríguez.

Segundo ele, para a Bolívia "o Brasil é gás", e isso "é tremendo porque se 97% ou 98% das vendas dependem de um só produto, essa não é uma relação sã".

O gerente do IBCE indicou que entre 1995 e 1996, essa entidade se opôs à assinatura do acordo Bolívia-Mercosul perante a possibilidade de que esta implicasse que o país andino exporte "cada vez menos produtos com valor agregado" e compre mais.

Segundo sua opinião, o déficit registrado é "a constatação crítica, objetiva e empírica que o acordo Bolívia-Mercosul em seu parágrafo com Brasil não funciona, como não funciona também com os outros países".

O gerente acrescentou que o governo do presidente Evo Morales deveria revisar esse acordo porque não é vantajoso para a Bolívia, que está em processo de adesão ao bloco econômico.

O número global das exportações bolivianas entre janeiro e junho somou US$ 3,383 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 4,002 bilhões, com um saldo comercial negativo de mais de US$ 618 milhões.

O valor das vendas de gás, que representou 31,2% do total, registrou uma queda de 50,3%, ao passar dos US$ 2,127 bilhões no primeiro semestre de 2015 a US$ 1,057 bilhão no mesmo período deste ano.

A baixa no valor da venda do energético impactou no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano, que em maio passado se situou em 4,3%, abaixo de 4,9% do primeiro trimestre.

A oposição pediu ao presidente Morales que admita que uma crise se aproxima e que assuma medidas para enfrentá-la, mas o líder negou que seu país esteja perante esse risco e acredita que a Bolívia voltará a crescer acima da média da América do Sul.

O governo de Morales projeta um crescimento econômico de 5%, mas a Comissão Econômica Para a América Latina (Cepal) acredita que o número será de cerca de 4,5% e organismos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional falam de entre 3,7% e 3,8%.

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Com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o IBCE, uma entidade privada que assessora os exportadores, afirma em comunicado que o valor das importações bolivianas do Brasil superou o das vendas a esse país em quase US$ 14 milhões até junho.

Segundo os dados do INE, as exportações da Bolívia no primeiro semestre ao mercado brasileiro somaram US$ 715,9 milhões, enquanto as importações chegaram a US$ 729,5 milhões.

Entre janeiro e junho de 2015, as vendas bolivianas ao Brasil alcançaram US$ 1,34 bilhão e as importações desde esse país foram de US$ 784,9 milhões, com um saldo comercial de US$ 562 milhões favorável à nação andina.

Em declarações à Agência Efe, o gerente geral do IBCE, Gary Rodríguez, lamentou que trata-se do primeiro déficit comercial com o Brasil em 15 anos incluindo o registro da venda de gás.

"Sempre dissemos que se 'desgasificamos' a relação, teríamos permanentemente um déficit. Hoje dia nem com o gás estamos conseguindo pagar o que importamos", afirmou Rodríguez.

Segundo ele, para a Bolívia "o Brasil é gás", e isso "é tremendo porque se 97% ou 98% das vendas dependem de um só produto, essa não é uma relação sã".

O gerente do IBCE indicou que entre 1995 e 1996, essa entidade se opôs à assinatura do acordo Bolívia-Mercosul perante a possibilidade de que esta implicasse que o país andino exporte "cada vez menos produtos com valor agregado" e compre mais.

Segundo sua opinião, o déficit registrado é "a constatação crítica, objetiva e empírica que o acordo Bolívia-Mercosul em seu parágrafo com Brasil não funciona, como não funciona também com os outros países".

O gerente acrescentou que o governo do presidente Evo Morales deveria revisar esse acordo porque não é vantajoso para a Bolívia, que está em processo de adesão ao bloco econômico.

O número global das exportações bolivianas entre janeiro e junho somou US$ 3,383 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 4,002 bilhões, com um saldo comercial negativo de mais de US$ 618 milhões.

O valor das vendas de gás, que representou 31,2% do total, registrou uma queda de 50,3%, ao passar dos US$ 2,127 bilhões no primeiro semestre de 2015 a US$ 1,057 bilhão no mesmo período deste ano.

A baixa no valor da venda do energético impactou no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano, que em maio passado se situou em 4,3%, abaixo de 4,9% do primeiro trimestre.

A oposição pediu ao presidente Morales que admita que uma crise se aproxima e que assuma medidas para enfrentá-la, mas o líder negou que seu país esteja perante esse risco e acredita que a Bolívia voltará a crescer acima da média da América do Sul.

O governo de Morales projeta um crescimento econômico de 5%, mas a Comissão Econômica Para a América Latina (Cepal) acredita que o número será de cerca de 4,5% e organismos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional falam de entre 3,7% e 3,8%.

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