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Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 09h37.
Com a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o mercado financeiro elevou a projeção para a taxa Selic no fim de 2023 no Boletim Focus. A mediana subiu de 11,75% para 12,00%, contra 11,50% há um mês. Para 2024, por sua vez, a projeção permaneceu em 9,00%, de 8,25% há quatro semanas.
Considerando apenas as 70 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 também continuou subindo, de 12 00% para 12,25%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC manteve pela terceira reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária também reforçou o alerta fiscal, citando que há "elevada" incerteza sobre o futuro do arcabouço para as contas públicas.
Depois, na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que a autoridade monetária olharia o impacto nas expectativas de inflação da maior "sensibilidade fiscal" do mercado.
Para o fim de 2025, conforme o Boletim Focus, a mediana para a Selic no permaneceu em 8,00%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
No Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 26, as medianas para a inflação oficial de 2023 e 2024, anos na mira do Copom, subiram para 5,23%, acima do teto da meta (4,75%), e 3,60%, se afastando do alvo central (3,00%), respectivamente. Indicando desancoragem mais ampla, a projeção para o IPCA de 2025 avançou pela terceira semana seguida, agora de 3 10% para 3,20%, de 3,00% quatro semanas antes.
No caso de 2022, por sua vez, a estimativa para a alta do IPCA arrefeceu de 5,76% para 5,64%, de 5,91% há um mês. Considerando somente as 93 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,71% para 5,61%. Para 2023 subiu de 5,12% para 5,24%, considerando 92 atualizações no período.
As medianas do Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão bem acima do teto da meta referentes a esses horizontes (de 5,00% e 4,75%, nessa ordem), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central. Para 2024 e 2025, os números indicados pelo Boletim Focus já estão acima do centro da meta, de 3,0% (margem de 1,50% a 4,50%).
Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.
Os economistas do mercado financeiro reduziram de forma relevante a projeção para a alta do índice de inflação oficial de dezembro no Boletim Focus. A mediana cedeu de 0,60% para 0 48%. Há um mês, era de 0,64%.
Para o IPCA de janeiro, a estimativa arrefeceu de 0,55% para 0 52%, contra 0,56% um mês antes. Já para fevereiro, a previsão para o indicador subiu de 0,66% para 0,69%. Era de 0,63% há quatro semanas.
A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de 5,25% para 5,27%, mesmo porcentual esperado há um mês.
A mediana para a alta do PIB em 2022 cedeu marginalmente, de 3,05% para 3,04%, contra 2,81% há um mês, enquanto a estimativa para a expansão do PIB em 2023 ficou em 0,79%, ante 0,70% um mês antes.
Considerando apenas as 56 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 3,02% para 3 05%. No caso de 2023, a variação da mediana foi de 0,79% para 0 78%.
Já para 2024, o Relatório Focus mostrou deterioração expressiva na projeção de crescimento do PIB, de 1,67% para 1,50%. Para 2025, a mediana também cedeu, de 2,00% para 1,90%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,70% e 2,00%, nessa ordem.
O cenário da moeda norte-americana em 2023 voltou a mostrar alteração nesta semana no Relatório de Mercado Focus. A estimativa para o câmbio no ano que vem passou de R$ 5,26 para R$ 5,27, enquanto para 2022 continuou em R$ 5,25. Há um mês, as medianas eram de R$ 5,27 e R$ 5,25, nessa ordem. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.