BNP Paribas reduz a 0% crescimento do Brasil em 2015
A previsão anterior era de 1%
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 12h45.
São Paulo - O banco BNP Paribas revisou para baixo a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2015 para 0%, ante projeção anterior de 1%, mostra relatório macroeconômico trimestral divulgado nesta segunda-feira, 24, pelo economista chefe para a América Latina da instituição financeira, Marcelo Carvalho. Para este ano, o banco manteve a previsão de crescimento de 0%.
O economista afirmou que a projeção de crescimento zero para o próximo ano se dá em razão de previsões de um "cenário internacional mais complicado", com subida de juros nos Estados Unidos.
Segundo ele, isso tende a reduzir o fluxo de capital externo para países emergentes como o Brasil, provocando uma desvalorização das moedas locais. Soma-se a isso, acrescentou, a tendência de redução no preço das commodities.
No cenário interno, ele citou que políticas econômicas "mais apertadas", em razão da situação atual de atividade econômica fraca, devem contribuir para um ambiente de crescimento "ainda difícil".
Questionado sobre se a possibilidade de racionamento de energia no país poderia influenciar no resultado do PIB de 2015, Carvalho afirmou que a previsão do banco não leva em conta isso, mas que, se houver racionamento, o PIB poderá ir para terreno negativo.
'Potencial de estrago'
Segundo ele, o "potencial de estrago" de um possível racionamento seria entre 1 e 2 pontos porcentuais negativos no crescimento da economia. Já em relação às denúncias envolvendo a Petrobras, o economista afirmou que é difícil mensurar o impacto.
"Um efeito direto possível é a redução de investimentos por parte da estatal. Se ela fizer isso, pode ter impacto direto sobre a economia, gerando um efeito cascata e no ambiente de negócios", disse.
Para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco continua com as projeções para 6,5% neste ano e 7% em 2015.
Segundo Carvalho, somente a partir de 2016 será possível começar a ver a inflação se aproximando do centro da meta (4,5%).
Para isso, defendeu que o governo deve tomar algumas medidas como liberar os preços administrados e apresentar medidas efetivas que mostrem comprometimento do Banco Central em trazer a inflação para esse patamar.
O economista afirmou ainda que o BNP Paribas prevê um aumento da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em dezembro, de pelo menos 0,25 ponto porcentual.
Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. "Vemos a Selic indo para 13% em 2015", afirmou. Já para o câmbio, o banco trabalha com uma projeção do dólar próximo a R$ 2,6 no final do próximo ano, "com risco de ser mais próximo de R$ 3 do que de R$ 2".
São Paulo - O banco BNP Paribas revisou para baixo a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2015 para 0%, ante projeção anterior de 1%, mostra relatório macroeconômico trimestral divulgado nesta segunda-feira, 24, pelo economista chefe para a América Latina da instituição financeira, Marcelo Carvalho. Para este ano, o banco manteve a previsão de crescimento de 0%.
O economista afirmou que a projeção de crescimento zero para o próximo ano se dá em razão de previsões de um "cenário internacional mais complicado", com subida de juros nos Estados Unidos.
Segundo ele, isso tende a reduzir o fluxo de capital externo para países emergentes como o Brasil, provocando uma desvalorização das moedas locais. Soma-se a isso, acrescentou, a tendência de redução no preço das commodities.
No cenário interno, ele citou que políticas econômicas "mais apertadas", em razão da situação atual de atividade econômica fraca, devem contribuir para um ambiente de crescimento "ainda difícil".
Questionado sobre se a possibilidade de racionamento de energia no país poderia influenciar no resultado do PIB de 2015, Carvalho afirmou que a previsão do banco não leva em conta isso, mas que, se houver racionamento, o PIB poderá ir para terreno negativo.
'Potencial de estrago'
Segundo ele, o "potencial de estrago" de um possível racionamento seria entre 1 e 2 pontos porcentuais negativos no crescimento da economia. Já em relação às denúncias envolvendo a Petrobras, o economista afirmou que é difícil mensurar o impacto.
"Um efeito direto possível é a redução de investimentos por parte da estatal. Se ela fizer isso, pode ter impacto direto sobre a economia, gerando um efeito cascata e no ambiente de negócios", disse.
Para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o banco continua com as projeções para 6,5% neste ano e 7% em 2015.
Segundo Carvalho, somente a partir de 2016 será possível começar a ver a inflação se aproximando do centro da meta (4,5%).
Para isso, defendeu que o governo deve tomar algumas medidas como liberar os preços administrados e apresentar medidas efetivas que mostrem comprometimento do Banco Central em trazer a inflação para esse patamar.
O economista afirmou ainda que o BNP Paribas prevê um aumento da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em dezembro, de pelo menos 0,25 ponto porcentual.
Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. "Vemos a Selic indo para 13% em 2015", afirmou. Já para o câmbio, o banco trabalha com uma projeção do dólar próximo a R$ 2,6 no final do próximo ano, "com risco de ser mais próximo de R$ 3 do que de R$ 2".