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BNDES pretende captar R$ 8 bilhões com emissões de títulos

Neste ano, o banco já captou em torno de R$ 3 bilhões com Letras de Crédito do Agronegócio

BNDES está estudando emitir outros títulos, como Letras Financeiras (Vanderlei Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2015 às 20h42.

Rio de Janeiro - Na estratégia de diversificar suas fontes de captação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) pretende captar em torno de R$ 8 bilhões com emissões no mercado brasileiro.

Neste ano, o banco já captou em torno de R$ 3 bilhões com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), mas a estratégia tem limites, pois essas fontes são mais caras e servem apenas para os montantes de crédito do BNDES emprestados com taxas de mercado.

Até o fim do ano, a captação com LCAs poderá chegar a de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões, informou o superintendente da Área Financeira do banco, Selmo Aronovich, em entrevista à reportagem.

As emissões de LCA são lastreadas na carteira de crédito do agronegócio do banco, mas os recursos levantados podem ser usados para qualquer tipo de empréstimo, explicou o executivo.

Além disso, segundo Aronovich, o BNDES está estudando emitir outros títulos , como Letras Financeiras (Lfs).

As emissões fazem parte da estratégia do BNDES de diversificar suas fontes de captação, já que o Ministério da Fazenda decidiu suspender os aportes do Tesouro Nacional por meio de empréstimos e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal do BNDES conforme definido na Constituição Federal, vem apresentando saldos negativos nos últimos anos.

Conforme Aronovich, a diversificação de fontes de captação poderia ser maior, se houvesse mais demanda por recursos do banco de fomento com juros de mercado.

"A carteira do BNDES tem lastro para emitirmos R$ 20 bilhões em LCA, mas não tem demanda para isso", disse o executivo.

A demanda é pequena porque as empresas vão ao BNDES em busca dos juros subsidiados.

Os recursos do FAT e, a partir de 2009, os aportes do Tesouro, são baseados na TJLP (a taxa de juros de longo prazo, hoje em 6,5% ao ano), referência dos financiamentos do banco de fomento.

A captação com LCAs e LFs é referenciada na taxa básica de juros (Selic, hoje em 14,25%). As LFs tendem a ter custo ainda maior que as LCAs, pois os papéis atrelados ao agronegócio são isentos de Imposto de Renda para o investidor.

Assim, os recursos captados com LCA e LFs têm que ser direcionados para empréstimos com juros mais caros para evitar o descasamento entre as taxas de captação e de concessão de crédito, explicou Aronovich.

Desde que mudou sua política operacional, para reduzir a participação do crédito subsidiado, o BNDES passou a oferecer aos clientes a possibilidade de o cliente complementar o financiamento com taxas mais caras, mas a demanda por esse complemento ainda não chega ao potencial de captação do banco.

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Rio de Janeiro - Na estratégia de diversificar suas fontes de captação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) pretende captar em torno de R$ 8 bilhões com emissões no mercado brasileiro.

Neste ano, o banco já captou em torno de R$ 3 bilhões com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), mas a estratégia tem limites, pois essas fontes são mais caras e servem apenas para os montantes de crédito do BNDES emprestados com taxas de mercado.

Até o fim do ano, a captação com LCAs poderá chegar a de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões, informou o superintendente da Área Financeira do banco, Selmo Aronovich, em entrevista à reportagem.

As emissões de LCA são lastreadas na carteira de crédito do agronegócio do banco, mas os recursos levantados podem ser usados para qualquer tipo de empréstimo, explicou o executivo.

Além disso, segundo Aronovich, o BNDES está estudando emitir outros títulos , como Letras Financeiras (Lfs).

As emissões fazem parte da estratégia do BNDES de diversificar suas fontes de captação, já que o Ministério da Fazenda decidiu suspender os aportes do Tesouro Nacional por meio de empréstimos e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal do BNDES conforme definido na Constituição Federal, vem apresentando saldos negativos nos últimos anos.

Conforme Aronovich, a diversificação de fontes de captação poderia ser maior, se houvesse mais demanda por recursos do banco de fomento com juros de mercado.

"A carteira do BNDES tem lastro para emitirmos R$ 20 bilhões em LCA, mas não tem demanda para isso", disse o executivo.

A demanda é pequena porque as empresas vão ao BNDES em busca dos juros subsidiados.

Os recursos do FAT e, a partir de 2009, os aportes do Tesouro, são baseados na TJLP (a taxa de juros de longo prazo, hoje em 6,5% ao ano), referência dos financiamentos do banco de fomento.

A captação com LCAs e LFs é referenciada na taxa básica de juros (Selic, hoje em 14,25%). As LFs tendem a ter custo ainda maior que as LCAs, pois os papéis atrelados ao agronegócio são isentos de Imposto de Renda para o investidor.

Assim, os recursos captados com LCA e LFs têm que ser direcionados para empréstimos com juros mais caros para evitar o descasamento entre as taxas de captação e de concessão de crédito, explicou Aronovich.

Desde que mudou sua política operacional, para reduzir a participação do crédito subsidiado, o BNDES passou a oferecer aos clientes a possibilidade de o cliente complementar o financiamento com taxas mais caras, mas a demanda por esse complemento ainda não chega ao potencial de captação do banco.

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