Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 21h21.
São Paulo - Uma linha de crédito de 2 bilhões de reais do BNDES para que usinas de cana possam financiar a estocagem de etanol para uso na entressafra estará disponível nas agências de bancos comerciais a partir de terça-feira, mas as condições de financiamento estão mais duras do que as registradas no ano passado, quando todo o volume de recursos foi tomado.
O BNDES espera que a linha seja suficiente para estocagem de até 1,4 bilhão de litros de etanol, disse uma fonte da instituição à Reuters nesta segunda-feira. Em comunicado, o banco confirmou a informação posteriormente.
A linha de financiamento de estocagem de etanol do BNDES é considerada importante para auxiliar usinas a manter estoques do produto na entressafra, principalmente do tipo anidro, que é misturado à gasolina.
Nos últimos dias, executivos de companhias do setor sucroalcooleiro reclamaram da demora na liberação dos recursos por parte do banco, já que a safra já se encaminha para a sua parte final --iniciou oficialmente em abril e termina em dezembro, na maior parte das empresas.
A linha chega com mudanças em comparação à que foi aprovada em 2014 e que foi toda utilizada, principalmente nos juros.
Em 2014, os recursos eram corrigidos pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), mais 1 por cento ao ano e a remuneração da instituição financeira credenciada, de 1,7 por cento ao ano.
Em 2015, a linha terá custo financeiro misto, com 25 por cento baseado em TJLP e 75 por cento em referenciais de mercado, acrescido de 1,775 por cento ao ano para o BNDES e da remuneração da instituição financeira, que será negociada livremente entre o cliente e o banco repassador do crédito.
O limite de financiamento é de 500 milhões de reais ou 20 por cento da receita operacional bruta (ROB).
O consumo de etanol subiu fortemente no Brasil neste ano. Em julho apenas o uso do tipo hidratado (utilizado nos carros flex) ficou 55 por cento acima de igual mês do ano passado, atingindo maior volume mensal da história, em 1,55 bilhão de litros.