Acompanhe:

BNDES está perto de liberar R$ 3,5 bi para Sete Brasil

Espera-se que o BNDES autorize já na próxima semana o desembolso da primeira parcela do empréstimo de R$ 10 bilhões para a Sete Brasil Participações

Modo escuro

Continua após a publicidade

	BNDES: a fornecedora de sondas de perfuração de petróleo pode entrar em default
 (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: a fornecedora de sondas de perfuração de petróleo pode entrar em default (Vanderlei Almeida/AFP)

s
stiane Lucchesi, Filipe Pacheco e Sabrina Valle

Publicado em 14 de janeiro de 2015 às, 20h05.

São Paulo/Rio de Janeiro - Espera-se que o BNDES autorize já na próxima semana o desembolso da primeira parcela do empréstimo de R$ 10 bilhões (US$ 3,8 bilhões) para a Sete Brasil Participações, cujo atraso de dois anos na liberação ameaça colocar a fornecedora de sondas de perfuração de petróleo em default, de acordo com duas pessoas com conhecimento direto do assunto.

O BNDES deve assinar a liberação da primeira parcela de R$ 3,5 bilhões do empréstimo, que a Sete receberá em um ou dois meses, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são confidenciais.

O BNDES primeiro atrasou a aprovação e depois os desembolsos à Sete Brasil várias vezes desde o final de 2012 em razão da falta de garantias, de reveses no financiamento internacional e após desentendimentos em contratos da Sete Brasil com operadores de plataformas, segundo essas fontes.

A Sete Brasil está contando com os recursos do BNDES para evitar um calote técnico que aceleraria os pagamentos de obrigações da companhia, disseram as fontes. A Sete Brasil tinha R$ 13 bilhões em dívidas em setembro, incluindo os R$ 10,7 bilhões em empréstimos que vencem até abril, segundo o balanço da empresa.

A Sete Brasil – que tem a Petrobras, o BTG Pactual, o Itaú BBA e o Banco Bradesco entre seus sócios e credores – já registra atrasos no pagamento a estaleiros contratados para construir plataformas, de acordo com o sindicato da indústria da construção naval, o Sinaval.

Empréstimo-ponte

Assim que o BNDES aprovar os recursos, o Banco do Brasil SA deve aprovar um empréstimo-ponte de cerca de R$ 800 milhões para ajudar a companhia com sede no Rio de Janeiro com suas necessidades imediatas de fluxo de caixa, de acordo com três fontes.

A assessoria de imprensa da Sete Brasil não quis comentar as negociações de empréstimo do BNDES nem as notícias sobre o atraso dos pagamentos aos estaleiros. A companhia disse que prepararia um comunicado por escrito. O Banco do Brasil e o BNDES não quiseram comentar.

O atraso no empréstimo do BNDES se tornou uma preocupação relevante para o governo e para o Banco Central, que interveio nas discussões para ajudar a acelerar o processo de aprovação do empréstimo, disseram três fontes. Além da Petrobras e dos bancos, fundos de pensão brasileiros também possuem participações na Sete Brasil.

No site da empresa, a Sete Brasil disse que pretendia gastar cerca de US$ 25,7 bilhões até 2020 para construir 29 plataformas de perfuração em águas profundas, que serão alugadas para a Petrobras, nos chamados campos do pré-sal no litoral do sul do Brasil. As reservas estão a cerca de 1.900 metros abaixo do nível do mar e debaixo de quase 5.000 metros subterrâneos de formações rochosas, areia e sal.

‘Cláusula anti-corrupção’

O BNDES insistiu para que seja incluída uma “cláusula anti-corrupção” nos contratos do empréstimo antes de liberar o dinheiro, duas pessoas disseram, o que significa que o empréstimo poderia ser resgatados antes do prazo de vencimento ou cancelado se quaisquer irregularidades fossem encontradas.

A Sete Brasil disse em uma mensagem enviada por e-mail à Bloomberg no dia 1º de dezembro que abriu uma investigação interna acerca dos contratos com a Petrobras. O anúncio foi realizado depois que um ex-diretor confessou ter aceitado propinas quando trabalhava como executivo na Petrobras. A Petrobras está envolvida em um escândalo de corrupção em que construtoras e empreiteiras estão sendo acusadas de pagar propinas para conseguir contratos com a petroleira estatal. A Sete Brasil não foi citada na investigação conduzida pela polícia federal em Curitiba.

Dos R$ 2,6 bilhões do fundo de private equity que possui 27 por cento da Sete Brasil e é administrado pelo BTG, menos de R$ 1 bilhão é capital do próprio banco, disse uma das fontes. Documentos mostram que o Banco do Brasil, com sede em Brasília, e o Itaú BBA tinham até setembro de 2014 empréstimos de cerca de R$ 3 bilhões feitos para a Sete Brasil. O Bradesco, o Banco Santander SA e o Banco do Brasil participaram em outro empréstimo que totalizou R$ 4,2 bilhões até setembro. O Santander e o Itaú não quiseram comentar, nem o Banco Central. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não respondeu aos pedidos de comentários feitos por telefone e por e-mail.

Últimas Notícias

Ver mais
Governo pede ao Congresso urgência a projeto da Letra de Crédito do Desenvolvimento
Brasil

Governo pede ao Congresso urgência a projeto da Letra de Crédito do Desenvolvimento

Há um dia

Hyperledger anuncia BNDES como parceiro e novidades para a rede do Drex do Banco Central
Future of Money

Hyperledger anuncia BNDES como parceiro e novidades para a rede do Drex do Banco Central

Há uma semana

Câmara aprova projeto de crédito para transição energética de empresas
ESG

Câmara aprova projeto de crédito para transição energética de empresas

Há uma semana

Após cobrança de Lula, primeiro escalão ressalta em evento avanços do governo
Brasil

Após cobrança de Lula, primeiro escalão ressalta em evento avanços do governo

Há uma semana

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais