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Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2012 às 16h47.
Washington - O crescimento na América Latina se desacelerará neste ano de acordo com a tendência global e ficará em 3%, embora o desemprego na região continuará em 6,5%, afirmou nesta quarta-feira Banco Mundial (BM).
A nova projeção representa uma contração de um ponto percentual em relação a 2011 e de três pontos percentuais em comparação com 2010, relatou hoje em entrevista coletiva Augusto de la Torre, economista-chefe do BM para a região, que assinalou que o Brasil e a Argentina puxarão a média da região para baixo.
De la Torre, quem apresentou nesta quarta-feira o relatório semestral para a América Latina, destacou que a desaceleração é "muito similar" a que ocorreu no restante das regiões emergentes desde 2010, que também ficou na casa de 3%.
O economista do Banco Mundial frisou a desaceleração "bastante pronunciada" do Brasil e da Argentina, duas das maiores economias latino-americanas, o que arrastará para baixo a média regional.
No outro extremo da balança estão países como o México, "que se recupera com força" e que conseguiu tornar suas emissões de bônus atrativas no contexto internacional, "superando inclusive os bônus europeus", disse De la Torre.
Outros países com crescimento acima da média são Uruguai, Bolívia e Chile, que avançarão em um ritmo de cerca de 4%.
Os países com maiores índices de crescimento serão o Peru, com previsão de 6%, e o Panamá, com 8% ou talvez mais, segundo as projeções do BM. Estes países "registram taxas de crescimento quase asiáticas", disse De la Torre.
O organismo prevê que a região cresça num ritmo de 4% em 2013. Uma tendência apontada pelo relatório é a queda na desigualdade de renda das famílias na América Latina, ao contrário do que ocorre na Europa, EUA, China e no resto do mundo.
De la Torre explicou o fenômeno "principalmente" pela queda na desigualdade dos salários e pelos baixos índices de inflação. O economista destacou ainda como "uma mudança extremamente importante" o aumento na educação dos trabalhadores latino-americanos, que têm em média três anos a mais de escolaridade do que nos anos 90.